Viciado e sedento por um momento “AHA!”

Nada melhor para o auto-conhecimento do que tomar do próprio veneno.

Melhor ainda se tomar do próprio veneno vier acompanhado com um momento de “AHA! Entendi esse troço…”

Dias atrás estava batendo papo com um amigo e, por coincidência, um conhecido desse meu amigo se juntou a nós. Papo vai, papo vem, descobri que esse conhecido trabalhava com consultoria de investimentos. “Opa!”, pensei, “é hora de matar alguma curiosidade sobre o assunto…”

A primeira pergunta que fiz foi:

“– O que fazer pra começar a investir?”

A resposta foi:

“– Qual o seu objetivo?”

“– Como assim?”

“– Você quer viajar? Comprar uma casa? Fazer uma reformar? Se aposentar? Pagar a faculdade de um futuro filho? Qual o objetivo do investimento?”

AHA!

Nesse ponto, claro!, percebi que fiz uma pergunta cabeça-de-pudim.

Já sentia o gostinho do fel na boca.

Mas não ia parar agora.

Queria saber até onde a analogia com o estudo de música iria e, bem, queria passar por mais desses momentos “AHA” que parece que o mundo fica com outras cores… aquela sensação de que você entendeu algo que antes era obscuro… enfim, vocês entenderam.

Então, continuei:

“– Não sei! Só não quero deixar o dinheiro parado!”

“– Bem, quanto dinheiro você tem?”

“– Não chega nem a 1000. Gasto quase tudo com aluguel e indo pra baixo e pra cima atrás de professores…”

“– Hmm… me parece que o seu problema não é descobrir onde investir, mas em se decidir se quer mesmo investir… sabe, uma das melhores maneiras de definir ‘investimento’ é ‘fazer o dinheiro trabalhar sozinho pra você alcançar um objetivo’…”

AHA!

“– E o que você acha que falta pra eu tomar essa decisão?”

“– Comece pensando se quer alterar algumas coisas no seu estilo de vida, se está disposto a primeiro acumular mais a ponto de fazer sentido investir em algo e, principalmente, escolha um objetivo mesmo que temporário…”

AHA!

Simplesmente respondi:

“– Compreendo perfeitamente o que você quis dizer. De fato não tenho intenção real de agora fazer qualquer pequena mudança na minha vida…”

Mas mesmo assim, por curiosidade, continuei a fazer perguntas.

Ele chegou a me explicar tipos de produtos…

A relação com a política…

A pressão emocional e psicológica que pode acontecer…

Algumas traquinagens matemáticas…

As diferenças entre o mercado brasileiro com alguns estrangeiros…

Enfim, tive mais alguns AHAs.

Depois de um tempo, já estava muito mal intencionado.

Fiz várias perguntas só pra ter assunto pra escrever um e-mail.

Por fim, perguntei:

“– Um leigo que queira investir deve estudar por muito tempo antes de mexer com o dinheiro?”

“– É melhor que ele invista alguma coisa o mais rápido possível, pra sentir na pele como o jogo acontece…”

“– Imagino! E estudando e investindo, em quanto tempo você acha que um leigo pode começar a realmente entender como as coisas funcionam?”

“– Geralmente leva uns 2 ou 3 anos…”

AHA!

Bem, assim foi meu último AHA! e decidi que já estava em overdose.

Era melhor parar.

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