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Considero esta página uma das mais importantes do Aprendendo Piano, pois é aqui que explico a estrutura de aprendizado que utilizo nos meus cursos. É um conteúdo especial para aqueles que não estão familiarizados com o meu método, mas também serve para os veteranos que desejam relembrar os fundamentos.
Melhor do que isso: tudo que está explicado aqui, você pode utilizar no seu estudo de piano ou teclado, sendo ou não meu aluno. O objetivo é justamente que os iniciantes tomem consciência de quais etapas precisam percorrer.
Em suma, esta página foi criada para que você vislumbre a caminhada de aprendizado que está na sua frente.
Chega de papo furado! Vamos começar falando sobre…
A Pirâmide
Não inventei totalmente uma estrutura de aprendizado, o que fiz foi adaptar o método tradicional, utilizado em música erudita, para ser ensinado por meio da internet.
Na internet, você encontrará sempre dois tipos de abordagens:
- DECOREBA: Toque uns acordes básicos (alguém te explica o que é um acorde?), faça alguns exercícios e, assim que possível, decore uma listinha de 1.000 (MIL) acordes.
- TEOREBA: Estude uma teoria pesada e, ao mesmo tempo, entre numa briga consigo mesmo para transformar a teoria em prática.
Desse jeito, é inevitável que você desanime e acabe pensando que precisa de algum talento especial para tocar piano.
A forma que utilizo é o que eu chamo de Pirâmide do Aprendizado Musical:
(Ok, isso daí é um triângulo e não uma pirâmide, conto com sua compreensão e imaginação…)
Observe que a base da pirâmide é formada pela IMITAÇÃO e TÉCNICA com a LEITURA MUSICAL completando o topo. Veremos cada uma dessas partes.
Imitação — a pérola atirada aos porcos
Esta é uma etapa do aprendizado muito mal aproveitada!
Quem quer bancar o inovador, fala mal da imitação, pois quer dar a entender que possui um método em que a imitação não tem lugar.
Quem utiliza APENAS a imitação, está só querendo se passar por professor de piano.
E qual o lugar certo da imitação?
Bom, o objetivo é chegar ao topo, na leitura musical. Mas a leitura e a escrita são as partes mais abstratas do processo, um monte de outras habilidades podem e devem ser desenvolvidas em primeiro lugar.
O papel da imitação é capacitar o aluno a…
- formar uma postura saudável
- atacar as teclas da maneira correta
- se preocupar com a produção musical de qualidade
- desenvolver coordenação e agilidade
- criar um acompanhamento rítmico corporal
- etc…
Além disso, a imitação de um professor revela ao aluno dificuldades que ele jamais entenderia sem ter colocado as mãos na massa.
(Nota: Se você quer começar pela imitação de maneira correta, faça a sua inscrição no minicurso de piano para iniciantes. Cadastre-se aqui.)
Por isso a imitação é mal utilizada: normalmente os alunos querem apenas copiar as teclas que o professor ataca, sem tirar proveito máximo disso.
Isso nos leva a…
Técnica — o refúgio dos desesperados
Bastou ficar preso 5 minutos em um problema que o aluno corre para o professor: “— Pelo amor de Deus, me dê alguma técnica para resolver a minha dificuldade…“.
Agindo assim estamos mais uma vez utilizando incorretamente uma etapa do aprendizado. Houve pianistas que nunca utilizaram exercícios de técnica…
… mas, como somos meros mortais, precisamos sim de algum exercício técnico. No entanto, saiba que os exercícios não têm esse poder mágico que o iniciante acha que tem.
O papel do treino de técnica é…
- isolar dificuldades recorrentes
- estimular a concentração em cada trecho imitado
- desenvolver a memória, relaxamento e força muscular
- compor um arsenal de possibilidades para a criatividade
Os exercícios de técnica, combinados com a imitação, são perfeitos para desenvolver a destreza no teclado, além de fornecer armas para vencer as dificuldades que parecem intransponíveis para o iniciante.
Conquistadas essas etapas, o aluno está pronto para a…
Leitura Musical
O objetivo é ler partituras o mais fielmente possível, executando os detalhes de ritmo, dinâmica e velocidade de maneira bela e consistente.
É possível aprender a leitura e execução sem passar pelas outras etapas?
Sim, mas você terá que adquirir as habilidades dadas pela imitação e pela técnica ENQUANTO aprende a leitura, o que é muito mais trabalhoso.
A leitura é a parte mais abstrata do aprendizado — e isso não somente em música: uma criança primeiro aprende a falar imitando os pais, para depois partir para a leitura e a escrita. Por isso a IMITAÇÃO e a TÉCNICA compõem a base da pirâmide, portanto a parte mais “gorda” dos estudos.
A leitura é a cereja do bolo, completando o topo da pirâmide: pela leitura, o estudo vai se refinando do mesmo jeito que o topo da pirâmide se torna mais fino.
E depois disso?
Não sei se você tem essa expectativa, mas sei que vários alunos estão ansiosos para sair tocando piano ou teclado, livres de partituras e cifras, criando melodias e acompanhamentos um atrás do outro, como se fosse uma fábrica de música.
Não duvido que existam pessoas com um talento extraordinário e precoce desse jeito e, se você é uma dessas pessoas, o que está fazendo lendo o meu blog? 😀
Para conquistar a capacidade criativa VERDADEIRAMENTE bela e impactante, você precisa conquistar em algum nível as habilidades dadas pela pirâmide. Tenha paciência consigo mesmo e, se quer uma sugestão, comece pelo meu minicurso que já é um bom material para imitação.
Mais explicações…
Muita coisa ainda pode ser dita para os iniciantes, mas, se você entendeu bem como funciona a Pirâmide do Aprendizado Musical, já deu um primeiro passo importante.
Os próximos assuntos que prentendo explicar, são os seguintes:
- qual o melhor instrumento para começar
- qual repertório deve ser estudado
- quais os piores vícios que precisam ser evitados
- como vencer as dificuldades iniciais mais desanimadoras
Aguarde que ainda tenho muito conteúdo para publicar!