Alguns anos atrás esse assunto era mais recorrente por aqui, mas, pelo que percebo, a própria maneira que abordo os temas musicais e pianísticos acabou por esclarecer a questão sem que ela precisasse ser diretamente atacada.
O problema é:
Um adulto que quer aprender piano, que já tem sua profissão, sua família e vários outros afazeres diários, conseguirá ele aprender piano sem que seja necessário uma dedicação profissional e integral?
Hoje quero esclarecer diretamente isso.
Sem ironias e patadas.
(sem patadas muito violentas, pelo menos)
A resposta é:
Sim, conseguirá.
Mas nunca nunca nunca como “passatempo”.
Passatempo é fazer caça-palavras…
É jogar jogo-da-velha…
Passar o dedo pelo tiktok…
É comer jabuticaba depois do almoço e da sobremesa…
Enfim, são coisas só pra passar o tempo mesmo.
Nem de perto é a mentalidade correta pra aprender piano.
Mesmo que seja só pra tocar acordes de acompanhamento.
Veja bem, pelo Youtube afora, você vai encontrar centenas de canais revelando que “o grande segredo” pra tocar piano “fácil” é tocar acordes na mão direita e uma nota do baixo na esquerda, repetindo uma sequência fixa de acordes para, assim, já sair tocando uma centena de músicas diferentes quase instantaneamente. Aliás, muitos de vocês estão lendo isso aqui, justamente porque tentaram seguir esse grande segredo aí e viram que o buraco é mais embaixo…
Mesmo que seja pra tocar só acompanhamentos simples.
Afinal, acompanhamentos precisa de quê?
Precisam acompanhar alguma coisa.
Alguém tem de estar cantando.
Quem vai cantar?
Quem sabe cantar?
Se você souber ou conhecer alguém que sabe, precisa seguir um ritmo. E o que é “ritmo”? Como se faz pra o “seguir”? Vocês vão mesmo conseguir cantar um monte de músicas com sequências de acordes parecidas? É só acordes em bloco que vão precisar? Enfim, toda aquela facilidade vai se dissolvendo num mar de dúvidas e de falta de habilidades pra fazer algo realmente substancial e com vida longa.
Temos outro porém:
Todos que prometem ensinar um estilo de piano “passatempo” aprenderam o instrumento quando era crianças ou muito jovens. Justamente na época que somos esponjas e que absorvemos e desenvolvemos habilidades de maneira muito mais livre.
Então, claro, o sujeito passa dos 9 aos 20 anos praticando piano…
Depois ele toca como se tivesse “matando tempo”.
Sem contar aqueles que já vem de família de músicos.
Aonde quero chegar?
Quero mostrar pra você a realidade.
Um adulto com mentalidade passatempo no piano, não é um adulto que aprende piano.
Está mais para um adulto que desiste de aprender piano.
E com isso não quero dizer que precise respirar piano…
Que precise virar bacharel, mestre e doutor em música.
O que precisa é reservar o seu tempo diário pra ir até o piano…
Pra saber exatamente o quê você vai praticar…
E quais metas precisa alcançar.
Pra colocar atenção, amor e disciplina nisso.
No piano, aproveitamos o tempo.
Sem matá-lo.
Preencha seu tempo no piano aqui:
