A fórmula é simples:
O pianista toca piano para outra pessoa ouvir.
“toca piano” é o termo de ligação entre dois sujeitos.
E não estou me referindo a pianistas profissionais em veneráveis salas de concerto.
Nem no Elton John tocando no Maracanã.
Estou falando mesmo da dona Eliseia de 79 anos.
Ou pro Enzo de 13.
(ambos meus alunos reais)
Isso quer dizer que quero que todos os amadores virem profissionais?
Não.
Quer dizer que sem “outra pessoa ouvir” seu ato de tocar piano estará incompleto.
E, como consequência, seu próprio aprendizado também estará.
Vamos ilustrar isso com o relato do meu aluno Azizi M:
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Você sempre insiste que devemos tocar para alguém, que não devemos ficar fechados em nós, e adivinhe, esse era meu principal problema. Ainda estou no nível iniciante, mas sempre “travava” quando estava no piano e alguém entrava na sala, podia ser a música mais básica, que sabia de cor e tal, que travava. Fui pouco a pouco, bem lentamente mesmo, conseguindo tocar perto de uma ou outra pessoa, e hoje a necessidade me fez tocar para o grupo com quem moro, eramos em 16 pessoas, e foi bem tenso, errei várias notas e algumas passagens, as mãos tremiam e suavam, e minha vontade era de sair correndo, mas me mantive tocando, até o fim. O melhor de tudo é que sei que não foi a melhor performance que podia fazer, mas parece que algo destravou dentro de mim, pude perceber que já consigo fazer alguma coisa, e me sinto mais motivado para aprender.
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Mesmo para o amador, não existe real motivação de estudo, aquela motivação firme e profunda que não se apaga porque está chovendo, que não seja dada por tocar piano para outra pessoa ouvir.
Se eu fosse você, faria o teste.
Mesmo os muito muito muito iniciantes?
Acho que depois dos 6 ou 12 meses iniciais já é possível tentar.
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