Somos forçados a ser idiotas

No começo eu achava isto engraçado, agora percebo a fonte do problema:

Desde que comecei a publicar alguma coisa na internet, vários especialistas aparecem pra me dar “sugestões”.

“– Faça vídeos com mais entretenimento…”

“– Deixe seus vídeos sempre com mais de 10 minutos…”

“– Coloque muitas imagens no seu texto de e-mail…”

Enfim, o ponto que quero chegar é que a mentalidade de que se deve seguir uma fórmula que formata todos os aspectos do sucesso, é uma idiotice grosseira que força a pessoa a perder sua personalidade, transformando-se em alguém tão idiota quanto a própria fórmula que seguiu. Digo isso por um motivo simples e que tem muito muito muito a ver com música.

Muitas pessoas me perguntam:

“– Felipe, sou um chato nostálgico ou realmente as músicas hoje em dia são uma porcaria?”

A resposta é:

Sim, a música hoje em dia está uma porcaria.

Me refiro a música que é a mais fácil de encontrar.

Aquela que está nas rádios.

Em quase todos os auto-falantes de qualquer lugar.

Mas também não só na música pop.

Mesmo a música mais especializada não passa bem.

Grande parte do problema é a aplicação de uma fórmula.

Devem existir vários estudos acadêmicos sobre isso, mas posso simplesmente relatar o que meus ouvidos ouvem:

– Maior homogeneidade entre as vozes dos instrumentos.

(causada principalmente pelo uso de truques de pós-produção)

– Repetição, repetição, repetição de refrões.

– Menos desenvolvimento musical entre os refrões.

E o principal ingrediente da fórmula:

– Distribuição.

Ao contrário do que muita gente pensa, essa música homogênea feita para amebas não é exatamente o que “o povo quer”, mas é o que o povo encontra mais facilmente. É isso o que quero dizer com “distribuição”: as músicas que usam essa fórmula estão nas rádios, nos comerciais, nos filmes, no shopping, na farmácia, são as mais baratas pra fazer qualquer uso comercial, enfim, nenhum dos fatores técnico-musicais são tão importantes quanto esse da distribuição.

E por quê?

Porque se essa porcaria de música está em todo lugar, nós ficaremos acostumados.

E algo que estamos acostumados é mais aceito do que algo que não estamos.

Assim o “gosto” do público é formado artificialmente.

Claro que existe a nossa própria estupidez.

Veja bem:

Se um leão não se comportar feito um leão, ele morre.

Perde as fêmeas…

Perde território…

Perde alimentação…

E logo será apenas uma pilha de ossos na savana.

Qualquer outro animal é assim.

Mas, incrivelmente, o ser humano pode viver abaixo do que um ser humano é capaz.

Ele consegue nascer, viver, envelhecer e morrer de velhice simplesmente se comportando feito um macaco.

Simplesmente seguindo a vida mais normal disponível, sem nenhum discernimento.

Sem usar nenhuma das faculdades mais elevadas do homem.

É realmente espantoso!

Isso quer dizer que é difícil sair da bolha da normalidade.

Nesta nossa época está ainda mais difícil se dedicar a algo de verdade.

Porque já estamos acostumados a pensar por fórmulas de resultado imediato.

Sim, está mais difícil ser gente.

Mas não é impossível.

É preciso coragem.

Essa é uma virtude especialmente humana.

E é preciso coragem se por acaso você pretende aprender e se desenvolver no piano.

Pois o caminho está realmente aberto, asfaltado e sinalizado.

Mas você precisa da coragem pra percorrê-lo.

Não é um caminho que se percorre em 1 ou 2 dias…

Nem em 1 ou 2 meses…

Mas com continuidade, coragem e paciência, se chega lá.

Quem quiser participar do caminho que tracei pra adquirir as habilidades técnicas fundamentais, pode se inscrever no treinamento “O Pianista Aprendiz” aqui:

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