Simples, mas profundo conselho que recebi de Nelson Freire

Das conversas que tive com Nelson Freire, talvez nada tenha me modificado mais do o simples conselho:

“Seja mais músico e menos pianista”

Simples, claro…

Mas de maneira nenhuma algo superficial.

Pra falar a verdade, não foi um conselho que dei atenção na hora.

Embora tenha me modificado imediatamente.

Pois meio sem querer, comecei a reparar (e a me irritar) que é normal entre pianistas profissionais, querer saber apenas de piano: música para piano, orquestra com piano, vida de pianistas, funcionamento do piano, afinação do piano, história do piano, técnica do piano, qual o limite do piano, o que já foi feito no piano, o que ainda falta fazer no piano etc etc etc…

Acontece que aquilo que realmente faz o piano ser tão belo, em vários sentidos diferentes, é sua capacidade de imitar outros instrumentos.

É isso que acredito.

E está ligado diretamente ao simples conselho do Nelson.

Claro que, pra isso, o pianista precisa adquirir cultura de outros instrumentos…

Sem ser apenas o tarado do piano.

Será que estou querendo dizer que todos os meus alunos devem ser enciclopédias sobre música?

Não, longe disso…

(claro, quem tiver interesse em se tornar uma enciclopédia, fique à vontade)

Meu objetivo neste texto é mostrar um dos meus valores.

Aquilo que ensino e almejo, está totalmente mergulhado num modo menos “pianocêntrico” de tocar piano, se é que vocês me entendem.

Piano como “cordas”…

Piano como “voz humana”…

Piano como “orquestra”…

Serão sempre os critérios que usarei pra guiar e avaliar.

Todas as minhas opiniões musicais estão marcadas com esse viés.

Inclusive minhas aulas.

Não sei se esta informação é útil para alguém.

Mas aí está.

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