Adoro ficar em casa.
Na verdade, é pior:
Adoro ficar em casa e sozinho no quarto.
Isso me ajudou muito no piano.
Se você também é assim, sinta-se portador de uma vantagem na caminhada do aprendizado.
Sem dizer que, pra quem gosta de ler, ficar em casa trancado no quarto é uma necessidade.
Mais um ponto pra nós (se você for do time), anti-sociais quase irredutíveis.
Estou à beira de dizer que gostar de ficar sozinho é sinal de pessoa inteligente… só não vou afirmá-lo com todas as letras pra não ferir meu lado político.
Também, sou obrigado a reconhecer que as vezes que me percebi mais burro ou incapaz do que outra pessoa foi justamente porque eu estava em contato com essa outra pessoa. Daí que a conclusão mais cabível é: ok, ficar sozinho é legal e inteligente, mas quem não compartilha seus conhecimentos ou habilidades com outros não tem oportunidade de crescer e não ajuda os outros a crescerem.
A essa altura você já percebeu onde quero chegar.
Só me deixe apresentar mais um dado biográfico:
Eu sempre toquei por aí quando alguém me pedia.
Tipo na casa de alguém, sabe?
Nos encontros de amigos ou familiares.
Mas eu não fazia isso totalmente convencido de que era o certo. Eu meio que achava sacanagem, depois de todo esforço pra aprender as músicas, tocar assim de graça pra uma platéia não especializada.
Graças a Deus isso mudou.
Hoje em dia me divirto muito tocando na casa de amigos.
E pode ser até em teclado sem dinâmica.
Não foi nem uma nem duas vezes que vi nos olhos da platéia a emoção de ouvir, por exemplo, a Sonata ao Luar ali na frente deles.
Isso aí é pura vida!
Então, como você já sabia, a indicação é: use e abuse da sua vocação anti-social pra praticar piano, mas-porém-todavia-no entanto não deixe de compartilhar suas habilidades pianísticas tão logo elas o permitam.
Agora, a reposta pra pergunta que está na sua cabeça…
“– Mas como vou me tornar capaz de fazer isso?”
Está aqui: