Segredos de um ladrão de arte pra você aprender piano

Pessoas de mentalidade revolucionária odeiam super-heróis porque, na verdade, super-heróis não “fazem” nada.

Ficam apenas esperando os vilões.

São simplórios reacionários.

Vilões sim são revolucionários.

Sempre buscando o progresso da sua técnica.

Buscando mudar tudo pra facilitar sua, como direi, vilania.

Por isso todos os super-heróis que tenho notícia praticamente se resumem nas virtudes de paciência e auto-sacrifício. Agora, vilões são inventivos, sagazes, e arbitrários (arbitrário = sem lei). Ou seja, são mais legais. E apesar de desprezar a mentalidade revolucionária e suas ações, aprendo muito com sua visão de mundo. Não apenas com “vilões” dos filmes e quadrinhos. Estou falando da vida real mesmo. Alguns não são totalmente desprezíveis.

O ladrão de arte Stéphane Breitwieser é um deles.

É possível encontrar muitos princípios do aprendizado de piano na maneira como esse ladrão de arte agia.

Breitwieser roubou um bilhão e meio de dólares em arte ao longo de 6 anos, aplicando princípios simples.

O primeiro é a “consistência”.

Um roubo a cada 15 dias, na média.

Por isso digo:

Quer aprimorar a sua própria capacidade de estudar?

Quer tapar buraco por buraco da sua ignorância?

Então estude piano todos os dias…

(ou ao menos o máximo de dias possíveis, sem grandes interrupções)

Outro princípio:

Conheça o seu melhor tempo.

Breitwieser agia no horário de almoço, quando havia pouco público e revezamento dos guardas.

Autodidatas normalmente deixam pra estudar depois do expediente, quando já estão cansados.

Não será possível acordar um pouco mais cedo?

Muitos rendem melhor nesse horário.

Continuando:

Mantenha a atenção.

Nas próprias palavras de Breitwieser, uma vez dentro do museu, atenção a cada coisa é o mais importante.

Notar o fluxo dos visitantes.

Decorar o caminho das saídas.

Acontece que nós vamos pro piano quase que desligados.

Isso sem contar aqueles que deixam a TV ligada ou ficam checando o Whatsapp a cada 2 minutos.

Breitwieser escolhia salões com piso de madeira, pra escutar os passos de alguém se aproximando.

Você já parou pra DE FATO escutar a frase musical que está fazendo?

Ou fica pensando em como seus amigos vão achar lindo você tocando?

Por acaso você já tentou falar em voz alta o nome das notas?

Quem sabe está difícil de entender a música porque você sequer entendeu as notas.

Se já estiver mais avançado, já tentou entender a sequência harmônica?

Fique atento ao seu estudo…

E não na morte da bezerra.

Continuando:

Imagine a música.

Breitwieser encontrava várias soluções para problemas apenas imaginando o surrupiar.

Não só isso, acostumava sua mente e seu corpo com o ato.

Mesma coisa na música.

Não é pra tentar tocar uma música e largá-la rapidinho.

É pra colocar o seu ser na jogada.

Reconstituir mentalmente a melodia.

Relembrar o trabalho da mão esquerda.

Assobiar.

Por último (esse texto já está longo demais pra continuar):

Tenha um cúmplice.

Breitwieser utilizava sua namorada como comparsa.

Você pode utilizar quem for necessário pra participar do seu aprendizado.

Tocando piano pra essa pessoa ouvir.

Não necessariamente pra ela dar uma opinião.

Mas pra você descobrir suas reais dificuldades, que ficam escondidas no conforto da solidão.

(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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