Resposta demoradinha sobre se acostumar com teclas pesadas

Então vamos um pouco além do “– É rapidinho pra se acostumar com teclas pesadas!”.

Essa é a resposta que eu prefiro, mas não é a que vocês esperam.

Saibam que o máximo que posso fazer é dar uma opinião esclarecida.

Pra não dizer um chute esclarecido.

Acontece que recentemente um aluno que acompanho bem de perto passou por essa situação de trocar de instrumento, então quero chamar a atenção para alguns detalhes, principalmente pra quem é viciado no “sei que cada um é cada um, mas me dê o tempo médio”, como se eu tivesse uma planilha mapeando todas as vezes que isso aconteceu, registrando o tempo médio, ou como se a Secretaria Das Nações Unidas Para Assuntos Pianísticos já tivesse se pronunciado sobre o assunto.

Bem, vamos lá, chegar de ser engraçadinho.

Esse aluno estava mais de 2 anos fazendo aquilo que eu recomendo para os iniciantes:

Tenha o melhor instrumento que você pode ter.

Com as teclas mais sensíveis possível, o máximo perto das 88 teclas.

Ele tinha, então, um teclado eletrônico de 5 oitavas com teclas sensíveis.

Aqueles de plásticos mesmo.

Aliás, era um instrumento melhor do que o que eu comecei.

Ele estava indo bem.

Seguia as minhas lições que, devo ressaltar, sempre propõe um trabalho variado entre as mãos.

A mão esquerda nunca está morta.

Com o passar do tempo, o ouvido desse aluno foi se desenvolvendo.

Já não estava mais feliz com o timbre do seu tecladinho.

Aí começou a saga de “como vou fazer pra conseguir outro instrumento”.

Pra encurtar a história:

O próximo “melhor instrumento que pode ter” foi um desses pianos digitais de entrada.

Já com as teclas MUITO mais sensíveis do que a do tecladinho.

Agora vem a parte interessante:

No primeiro mês com esse novo instrumento, o aluno QUASE desistiu de continuar estudando.

Parecia impossível tocar alguma coisa com controle.

Tudo saia desequilibrado.

Fiz o meu papel de dar umas patadas, mostrar que era frescura e tal, e que continuasse estudando. Até aproveitei pra reforçar alguns princípios do aprendizado. Sabe o que aconteceu? Depois de pouco mais de um mês nem falávamos mais sobre esse problema das teclas mais pesadas e mais sensíveis. Ele tinha se adaptado. O que parecia impossível, mostrou-se contornável. O mais interessante é que não houve muita comoção, simplesmente o problema foi morrendo, sem deixar pistas de um dia ter existido.

Com isso quero dizer que o tão sonhado “tempo médio” é de 2 ou 3 meses?

Nem pensar.

Tudo depende de como você estuda.

Você é adepto há 20 anos daquele estudo que reduz a dificuldade das coisas pra conseguir fazer alguma coisa?

Como, por exemplo, tocar sempre a mesma coisa na mão esquerda?

Nunca tem um contratempo…

Nunca faz variação de dinâmica?

Bem, pode ser então que seu tempo de adaptação seja 6 meses.

Ou 9 meses.

Digamos que seja 6 meses.

Com 6 meses e 1 dia você vai desistir?

Ou estará tentando entender cada vez melhor os princípios do piano e avançando no aprendizado?

Se for assim, então pode ter certeza:

Esse maldito “tempo médio” não importa.

Será rapidinho e você vai se adaptar sem nem mesmo perceber.

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