Presencie o assassinato do tédio

Tenho um amigo professor de piano na Romênia que passou por uma situação da qual eu não me sairia tão bem, mesmo que eu concorde com a resposta dada e até faça algo meio parecido.

Alguém o contatou e pediu uma aula experimental.

Mas com uma condição:

“– Tem como eu aprender a fingir?”

Sem pestanejar, meu colega de trabalho respondeu:

“– 100%.”

Então começaram os trabalhos.

O aluno queria fugir do tédio…

E o professor deu um tiro certeiro na cabeça dele.

(na cabeça do tédio)

Digo que eu não me sairia tão bem porque o professor entendeu perfeitamente o que o aluno queria e deu a resposta mais curta e eficiente possível. Óbvio que o aluno não queria fingir no sentido de não tocar e parecer que tocava…

Ele queria TOCAR…

Sem que isso necessariamente dependesse da teoria.

Ou melhor, queria focar na prática.

É aí que concordo 100%.

Muitos fazem o que o aluno quer só por causa do dinheiro.

Mas essa não era a situação.

O professor sabia como fazer o aluno interagir com o piano sem o intermédio de conceitos especializados que demandam outro tipo de atenção e dedicação. Não porque não visse o benefício da teoria. Eu o conheço e conversamos muito sobre esse assunto. Acontece que ele mesmo tinha assimilado os fundamentos da técnica pianística por imitação, e sabia o quanto isso representava uma vantagem.

Ele sabe que a teoria é uma benção para o aprendiz…

Mas sempre quando já existe um respaldo no mundo dos fatos…

Quando já existe música saindo dos dedos e uma certa intimidade com o instrumento.

Não é por dinheiro…

Não é para enganar…

Não é por amor ao fingimento.

É simplesmente por compreender como as coisas são e querer seguir o curso natural delas.

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