Prefiro uma fresca e suculenta sopa de cobra

Não lembro qual o título do filme, e realmente não importa, basta saber que era um filme dos Trapalhões. Nesse filme, e cito aqui de memória infantil, havia uma cena em que o saudoso Mussum juntava uma trupe de crianças e preparava uma refeição ao redor da fogueira.

Todos saboreavam impressionados aquela refeição.

Uma da crianças pergunta:

“– Mussum, isso daqui é sopa de quê?”

“– É sopa de cobra!”, responde o amante do mé.

Mal ele termina a frase, todas as crianças jogam os pratos pra cima e saem correndo…

Menos uma.

E o cozinheiro trapalhão pergunta:

“– Isso daqui é sopa de cobra, menina, porque você não saiu correndo?”

A menina, uma típica CDF, começa a ladainha:

“– Pensa que eu não sei que isso daqui é rico em vitamina A…”

“… em vitamina B…”

“… uma complexa oferta de sais minerais…”

(enquanto ela falava, o rosto dele ia murchando)

“… além disso, é uma fonte riquíssima de cálcio e carboidratos…”

Depois de toda a lista científica de benefícios (que eu inventei, porque não lembro qual era), Mussum simplesmente olha desanimado para o prato, coloca-o no chão, sem mais nenhum apetite, e completa desanimado:

“– Eu preferia apenas sopa de cobra!”

A moral da história?

Alguns dias atrás eu citei que “Saber o nome do problema (ou da solução) já é meio caminho andado pra resolvê-lo”.

Coisas ridículas como:

“Dedinho do café”…

“Mãozinha da Família Adams”…

“Regras dos 3 dias”…

etc…

Ou coisas respeitáveis como:

“Onda melódica”…

“Caminho harmônico”…

“Substituição de dedos”…

etc…

São todos nomes utilíssimos que o aluno de piano vai tomando conhecimento conforme avança nos estudos.

Claro que existe uma explicação mais detalhada sobre a coisa.

E é o conteúdo da explicação que o aluno coloca em prática pra resolver o problema.

Mas não vejo nenhuma utilidade pedagógica em atribuir nomes “científicos” como fazem muitos métodos.

Eu prefiro apenas sopa de cobra.

Bom apetite e bons estudos!

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