“Estudar piano lentamente” não significa ter calma nos estudos.
Não, não.
Seja o mais selvagem que puder, desde que sem ansiedade.
O que quero dizer com “estudar piano lentamente” é que se deve reduzir o andamento da peça, tocando-a lentamente. Tocar devagar, compasso por compasso, nota por nota, acorde por acorde. Grosso modo podemos até chamar esse estudo lento de “modo de estudo”. Claro, não é a única característica do “modo de estudo”, mas é uma das principais.
A necessidade óbvia disso é:
Dependendo do nível do aluno, ele precisa da lentidão pra treinar os dedos e conquistar coordenação.
A necessidade NÃO óbvia é:
Nem só mega-iniciantes, super-iniciantes e pós-iniciantes que precisam.
Saltos…
Frases complicadas…
Sequências de acordes um pouco confusas…
Polifonia…
etc…
Todas essas coisas exigem um estudo lento, mesmo do experiente, pra encontrar o MOVIMENTO MAIS ADEQUADO.
Um movimento que favoreça aumentar a velocidade.
Agora, existe uma outra necessidade ainda menos óbvia.
O grande mestre Leonard Bernstein gostava de destacar muito que um regente deve ter sua atenção voltada para a “marcação dos tempos”, para o momento ANTES da cabeça do tempo, porque os músicos precisam da indicação do que fazer antes que o TEMPO correto chegue, senão é tarde demais. Isso é dizer que a música está em um momento e a cabeça do regente está em outro.
É uma maluquice.
Acontece que qualquer músico preciso estar a frente da sua execução.
E adivinha?
É a execução lenta que permite desenvolver esse controle profético da música.
Todas essas palavras pra dizer, mais uma vez:
Mãos separadas e devagar.
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