Como vocês bem sabem, “tocar para os outros” é um importante princípio do aprendizado musical que sempre insisto.
Muitos céticos têm se beneficiado desse princípio.
Mas é preciso entender uma coisa MUITO IMPORTANTE.
Algo que veio veio à tona enquanto eu conversava com um aluno. Ele começou daquele jeito que todo mundo começa: dedos incontroláveis, medo irracional de teoria musical, e a todo momento tinha a impressão de que lhe faltava um dom divino. Passada essa fase, começou a entender cada vez melhor o universo musical e se sentia mais seguro. Sabia que tinha muito trabalho pela frente, mas já não parecia algo impossível.
Insisti muito para que fizesse gravações e que deixasse outras pessoas o ouvirem.
E com uma cara de cachorro sem dono, ele disse algo assim:
“– Já tentei, mas elas não estão felizes com meu progresso, nem me incentivam…”
E a minha resposta?
Bem, não vou dizer aqui PORQUÊ isso acontece.
Inveja, talvez?
Simples indiferença?
Ignorância?
As pessoas têm muitos problemas e não querem seu sucesso?
Na verdade, não importa.
Não importa o motivo.
Esse importante princípio do aprendizado musical NÃO SERVE PRA VOCÊ COLETAR OPINIÕES.
Nem mesmo um elogio.
Claro, você receberá alguns elogios.
Ignore-os também.
Ignore a indiferença também.
Ignore a ignorância também.
Ignore as críticas.
Ignore tudo.
Você deve ter uma missão definida:
Absorver tal e qual repertório…
Controlar a execução musical com fluência…
Enfim, qualquer missão que você defina pra alcançar no estudo de piano.
Colocar um ouvinte muda toda a receita do seu aprendizado e revela vários problemas.
Fique atento em encontrar esses problemas e resolva-os.
Assim sua missão fica mais próxima de ser alcançada.
Agora, se nesse processo você recebeu críticas e olhares condescendentes, deixe que esse público seja exatamente isso: público da sua vida e seu sucesso. De fato as pessoas já têm seus próprios problemas (que normalmente são coisas mesquinhas e insignificantes), e não é sua responsabilidade fazer por elas o que elas não podem fazer por elas mesmas.
Aliás, enquanto você se mantiver avançando…
Já está servindo de exemplo.
Basta que elas queiram enxergar…
A sua parte você já fez.
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