Vivo pensando num pretexto pra fazer vocês ouvirem Beethoven (e olha que nem é meu compositor favorito). Só não insisto muito nisso por causa de um senso altamente apurado de chatisse quando um assunto se repete fora de uma medida sensata.
Mas hoje a combinação pareceu formidável.
Também sinto no fundo dos meus ouvidos de professor a necessidade (pra não dizer obrigação) de pedir por-tudo-que-é-mais-sagrado que vocês afundem os dedos nas teclas com gosto, com vontade, com determinação… sem medo, sem restrições, sem preocupação.
Então…
“– Caramba!”, pensei comigo, “Beethoven é o trovão que preciso!”
Na minha visão, a energia da música de Beethoven é única.
Nenhum outro compositor tem a mesma potência.
O pessoal até brinca que Beethoven foi o primeiro metaleiro.
Não dá pra ouvir Beethoven baixinho.
Tudo por conta da energia, da vitalidade que está ali.
E se a gente captar essa vitalidade e transferir ela pro nosso jeito geral de tocar piano, é o fim do toque mirrado, medroso, sem vida. Atacar as teclas com pouca energia é um dos grandes defeitos de quem toca piano. Peraí só um segundo, deixa eu conter meu exagero… pronto…
Não estou dizendo que é pra simplesmente enfiar força nas teclas.
Bem, às vezes é sim…
Mas pelo menos faça isso quando estiver praticando.
Pois fazer uma forcinha é muito benéfico para a técnica.
E voltando ao assunto do toque molengo…
(aquele toque que faz parecer que as teclas são de espuma)
No fundo isso acontece por medo, por insegurança.
Você tá todo ressabiado…
E toca fraco pra não causar nenhum dano.
Inclusive pra tentar maquiar erros.
Lembre-se:
Pelo menos enquanto pratica, você tem que se impor, tem de chegar chegando, tem de meter o pé na porta exatamente como Beethoven faz.
Logo…
(voltado ao assunto original)
Ouça Beethoven!
E receba a dose de energia necessária pra fincar os dedos nessas teclas!
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