Porque, sei lá, quando escutamos música, relaxamos.
Certo?
E relaxados ficamos mais pacientes e espertos.
Ou porque nosso cérebro produz alguma substância que é saudável.
Certo?
Bem, eu acho que utilizar música só para relaxar, é subutilizar a música. E dividir a vida entre momentos de seriedade (trabalho) e de prazer (relaxamento/entretenimento) é sub-humano. E esse negócio de “cérebro” e “substância” é só pra dar ar científico. Música nos deixa mais inteligentes por um motivo muito mais fácil de perceber do que algo no cérebro, e por meio de algo muito mais humano e nobre do que “relaxamento”.
O grande herói é a ATENÇÃO.
O normal é a gente não dar atenção para as coisas.
Se fosse ao contrário, os consultórios de psicólogos estariam vazios.
É como se a gente tivesse deixado de lado a principal vocação do ser humano:
Olhar as coisas ao nosso redor e ENTENDÊ-LAS, em vez de só querer usá-las.
E a música desperta a atenção assim:
No começo, você só se depara com dificuldades… é a mão esquerda que parece ter vontade própria… são os dedos 4 e 5 que têm de fato vontade própria… é a sua coordenação que parece tudo, menos que é a sua própria… sem contar todas as novas informações teóricas e blá-blá-blá que não tem sentido nenhum para o iniciante. Mas ao dar ATENÇÃO as dificuldades, aplicando as soluções, ao dar ATENÇÃO à relação da teoria com o resultado musical, você pode avançar na maravilha de produzir uma bela música que compense todo suor, e ainda entender o que está fazendo e porque é assim.
Conforme avança, você percebe (mais uma vez usando a ATENÇÃO) que aliviar a pressão na última nota da frase muda completamente a mensagem transmitida.
Um dia você ouve dois intérpretes tocando a mesma música…
E percebe as enormes diferenças entre os resultados.
Agora você começa a ABRIR OS OUVIDOS a tudo que acontece na música.
E vê que cada melodia, cada acorde, cada nota tem um sentido e está ali por um motivo.
“Parece que o compositor pensou em tudo!”, exclama sua alma acostumada à desatenção.
Sim, digo eu, tudo foi pesado e avaliado.
E a nossa tarefa é abrir, ABRIR, a percepção pra perceber.
É olhar cada peça no todo e no detalhe.
Essa capacidade de ativar nossa atenção com a música pode acabar transbordando.
TUDO é percebido melhor.
Então, no final, a VERDADE é melhor captada.
E isso é ficar mais inteligente.
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