Por que, afinal, escolhi tocar piano

Tenho só um irmão, mais novo do que eu.

Foi ele que veio com esse papo de música.

Queria aprender guitarra, o figura.

“– Bom”, pensei, “já que o Ícaro vai ser o guitarrista da banda, vou pro teclado, é bem melhor pra compor as músicas”.

A minha sensação era que, por ser possível ver as notas de cima, eu tinha uma visão de helicóptero.

E assim se deu:

Um princípio suburbano oitentista.

Mas mal sabia eu que em poucos meses um universo bem mais surpreendente que o do rock me seria apresentado. Meu segundo professor – agora particular, não mais de conservatório – trouxe pra nossa aula uma pilha de livros de partituras, de vários compositores…

E aquilo foi arrebatadoramente fascinante.

Eu já conhecia a música erudita.

Só não tinha sido informado que a quantidade de música escrita pra piano era apenas um número menor que o infinito.

A possibilidade de ir aos poucos conhecendo e tocando aquilo tudo me pegou de uma vez para sempre.

Eu queria mergulhar naquilo de cabeça.

Mas não para por aí…

Havia outro elemento que me fazia acreditar que eu tinha escolhido o melhor instrumento do mundo:

“– Quer dizer que posso, sozinho, só eu no piano, fazer tudo o que faz a orquestra, o cantor, todo mundo? Posso fazer tudo isso sozinho no piano?”

Foi o impulso final.

Descobrir que uma orquestra inteira estava sendo articulada nas composições pra piano foi o que bastou pra eu não pensar duas vezes e saltar um duplo mortal carpado (parece que antes mesmo dele ser inventado), direto naquele oceano.

Nunca mais parei.

E até quando Deus quiser, é no piano que estarei.

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