Mês passado comentei no quê pianistas profissionais estão normalmente errados.
Mas tem uma coisa que dá gosto de ver…
E não estou falando de acertar notas, ritmo e fraseado.
Estou falando do desapego das limitações.
Como assim?
Se ele percebe que normalmente outros pianistas conseguem tocar mais rápido do que ele, sabe, é lindo ver que ele não fica preso nessa sua suposta limitação, ele vai atrás da fronteira dela. Mais ou menos assim: todo mundo tocando a 100 km/h e ele no 80… e então? Bem, pode ser que 100 seja impossível de chegar, mas será que não dá uns 90 pelo menos? Tem como esticar mais? No 95 quase ninguém vai perceber a diferença pro 100.
Sim, claro, profissionais tem outros incentivos.
O destaque e a qualidade no que fazem refletem na sua carreira.
Mas dá embrulho no estômago ver amadores recorrerem exatamente ao contrário disso.
Dificuldade em aumentar a velocidade?
Bem, então é exatamente aí que não se faz nada.
(exceto chorar e reclamar)
Só tocar uns acordes beeeem lentos, beeeeem arrastados.
Limitações de flexibilidade?
Taí um ponto que jamais farei nada a respeito.
Não consegue sentir os tempos musicais automaticamente?
Então pra sempre vai ficar num 4/4 com colcheias.
Sempre apegado, e bem apegado, a sua dificuldade.
Enfim, se tem uma coisa que vale à pena copiar dos profissionais, é o sangue nos olhos, é querer estar sempre descobrindo se isso que não se sabe fazer é mesmo uma dificuldade perpétua ou dá pra empurrar essa limitação mais um pouquinho.
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