Já sei que a sua memória não funciona direito.
Pelo menos se você estiver dentro dos 97,08% das pessoas normais.
Já sei também que basta ter alguém te assistindo, ou você estar se gravando, para o que foi interiorizado a duras penas virar menos zero elevado à zérima potência.
Tudo isso é o bêabá de um dia-a-dia de professor de piano.
O que não sei é se você já teve a sorte de pegar um filme, que você já tenha assistido, do meio em diante e perceber que aquela parte específica não tinha sido entendida do jeito que agora você a está entendendo. Ou pode ser um livro. Lendo do meio em diante, você vê que o que parecia meio morto é cheio de vida e entusiasmo. A mesma coisa acontece com poemas, manuais de usuário, encartes de mercado e… músicas.
Por essa razão, praticar as músicas iniciando em diferentes momentos delas é uma arma poderosa: faz você se sentir parte, mais de uma vez, dos 2,92% sortudos e anormais, aqueles que não têm problemas com memória e provavelmente não estão lendo esse e-mail.
Quando praticamos assim, vários pontos de referência são criados.
É como os atletas de maratonas ao chegarem num novo posto de água:
É energia nova.
Ao praticar sempre do começo, dependemos de passar por toda a música pra chegar até o fim.
Praticando diferentes pontos de início, não.
Essa dica não tem a ver com dividir a música para aprendê-la.
Tem a ver com praticá-la quando você já a aprendeu.
É uma preparação para a apresentação ou autogravação.
É uma maneira de prestar uma atenção diferente aos diferentes momentos da música.
Isso não é tudo a respeito de memorização, mas é o que está mais à mão.
É o que você pode encaixar na sua rotina com mais facilidade.
Então pense menos na memória e pratique mais desse jeito.
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