Algumas pessoas têm uma intuição muito boa para o ritmo.
Outras não.
Para essas últimas, aqui vai o super segredo-tática-mágica que um menino de 9 anos, que começou a estudar comigo, utilizou.
Sem nenhuma supresa:
É exatamente a mesma coisa que qualquer pessoa, não importa se jovem ou idosa, deve fazer.
A coisa toda funcionou assim:
Ensinei a ele uma melodia que poderia executar sem dificuldades.
Sem malabarismos técnicos.
Nem exigência de subdivisão exagerada.
Mesmo assim ele não conseguia escutar a relação rítmica entre as notas e transferir o que escutou direto para as mãos. No primeiro dia foram 30 minutos pra apresentar de modo geral o teclado, treinar um pouco a melodia e encaixar as notas. Contar os tempos com regularidade e isolados era fácil pra ele, mas fazer qualquer coisa enquanto estava contando era impossível. Não havia sincronia nenhuma. Nenhum tempo era contado com a mesma duração.
Nos últimos dois minutos coloquei um metrônomo só pra ele sentir a contagem externa.
Mesmo assim, nada de conseguir executar…
Todas as notas eram tocadas depois do metrônomo marcar o tempo.
Ok.
No segundo dia fizemos algo parecido.
Deixei ele um pouco mais livre pra lidar com as 3 ferramentas apresentadas na lição anterior:
Tentar com o ouvido, com a contagem, e com o metrônomo.
Foram mais 30 minutos de confusão.
A mágica veio no terceiro dia.
Não que Mozart tenha ressuscitado e aparecido pra tocar…
Mas já era outra coisa.
A divisão rítmica ESTAVA LÁ…
Ainda vacilante, mas presente.
Eu não saberia dizer se foi tentar escutar a diferença rítmica, se foi tentar contar os tempos, ou se foi ouvir o metrônomo, que despertou alguma coisa pra que ele aprendesse a ouvir e executar alguma diferença rítmica. O que eu sei é que essas três ferramentas serão primordiais em vários momentos do desenvolvimento musical dessa criança. Mesmo que ele já tivesse uma captação rítmica muito boa.
Então aí está a fórmula:
Continuidade + ferramentas adequadas.
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