Alguns dias atrás assisti um filme que faz uma releitura de Peter Pan.
Que porcaria!
Simplesmente contaram outra estória com o nome “Peter Pan”.
Na versão que eu conheço, que nem sei se é a original, Peter Pan é um menino que não quer assumir a responsabilidade da vida adulta. Não quer nada com crescer. O exemplo de adulto dele é o Capitão Gancho, que é um carrasco amargurado cujo tempo (relógio que bate na barriga do crocodilo) já tirou um pedaço dele. Wendy, outra personagem da estória, quer casar e crescer, mas Peter Pan prefere continuar com a Sininho, que é uma relação virtual, não existe, coisa típica de adolescente, sempre criando uma ficção na própria cabeça e querendo viver só dentro dela.
É claro que a relação disso com o estudo de piano é óbvia.
Primeiro porque relutamos em nos comportar como adultos.
Sem jamais assumir a responsabilidade sobre aquilo que já sabemos que é pra fazer.
Com muita facilidade viramos o Peter Pan do piano.
Mas a parte mais interessante mesmo é a do tempo crocodilo.
Existem 4 tipos de comentários sobre tempo no piano:
1) “Não tenho tempo”
2) “Quanto tempo leva pra aprender piano?”
3) “Quanto tempo faço esse exercício?”
4) “Ai que pena que perdi tempo fazendo outra coisa e agora estou atrasado…”
Aos quais respondo:
1) “Não tem agora, mas estude o tempo que der, quem sabe a situação mude”
2) “A primeira grande fase de ‘aprender piano’ leva uns 4 ou 5 anos”
3) “Conheça o objetivo do exercício, e comece com pouco tempo e vá adaptando conforme ache necessário”
4) “O tempo que você perdeu, perdeu. Deixe ele lá na barriga do crocodilo”
Porque se você permitir que o tempo crocodilo lhe assuste, só vai conseguir ser um amargurado.
Até o ponto de lamentar o sucesso dos outros.
Tudo bem, você pode até ter perdido um tempo precioso…
Mas ele continua correndo…
O que você fará a respeito?
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