Você agora é um elefante sobrevoando a Antártida.
Ao avistar uma toca de coelho, você recolhe as asas, alinha as patas e dá um mergulho certeiro sem medo de ser bloqueado pelo chão, afinal, gelo como aquele é menos resistente que corpo de elefante.
Dentro da toca, seu espanto é tremendo.
Aquele toca é ENORME.
“–Parece a casa do Scooby-Doo”, pensa você.
De imediato, vindo da sala ao lado, você ouve uma voz conhecida.
Que coisa mais confortável!
Ansioso mas precavido, você enfia a trompa entre as pernas e espia como quem quer entender o que se passa.
Qual não foi seu espanto ao ver o Scooby-Doo em pessoa…
(ou seria em cachorro?)
Ali estava o Scooby-Doo meio deitado na cama olhando para um celular!
A voz vem do aparelhinho.
Nosso querido Scooby acompanha tudo…
Bem concentrado…
Para que está assistindo uma aula.
“– Peraí”, volta a pensar você, “conheço essa voz… quem sabe não posso me entrosar com o Scooby falando que também gosto daquelas aulas?… Mas quem é o professor mesmo? E por que penso que é uma aula?”
Quando soam as primeiras notas no piano, você lembra de quem se trata, esquece de manter a trompa entre as pernas, levanta-a na maior empolgação, acerta em cheio o batente de gelo da porta e provoca um desmoronamento que te faz acordar assustado:
“– Puxa vida! Não é que até o Scooby-Doo aprende piano e acompanha o Prof. Felipe!”
Verdade.
E ele entrou para o Método Real de Piano porque estava cansado de sonho e faz-de-conta.
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