Todo mundo que se envolve com música pensa que não tem talento.
E estou falando dos profissionais.
Nunca conheci ninguém que batia no peito e dizia “– Nossa! Como sou espetacular!!!”
“– Meu talento é impressionante!!!”
Não.
Todos eram capazes de dar vários exemplos de outras pessoas que eram muito mais talentosas.
Agora, quem insiste em me fazer essa pergunta, normalmente tem este perfil:
* Já é adulto.
* Nunca estudou nada de música na vida.
* E com “sem talento” quer dizer que não tem paciência…
E quer tudo beeem sem esforço.
Ok, vamos lá.
Primeiro ponto importante:
Música não é um esporte de competição, mas profissionalmente falando ela se torna um. Apenas os melhores tornam-se relevantes. Claro, nem sempre são os melhores em nível musical, mas apenas os melhores em competir, ou seja, em chamar a atenção pra si. Então, no mundo dos profissionais, a competição é constante, nem sempre (quase nunca) por amor a música. Agora, clima de competição no mundo amador é a própria morte. Comparar-se com outros é a auto-guilhotina. Por isso:
Inspire-se nos outros, mas compara-se apenas consigo mesmo.
Assim sua “falta de talento” só importa se comparada com sua “falta de talento” da semana passada.
E, se fizer direito, ao se comparar, vai perceber que sua “falta de talento” está diminuindo.
Segundo ponto importante:
Algo que independe totalmente do seu “talento”.
Ouça música.
Eu sei, eu sei…
Você queria apenas encontrar a fórmula mágica pra tocar música.
Agora vem eu dizer pra “ouvir música”.
Pois é, estou bem ciente que os estudantes amadores negligenciam essa parte. Mas é preciso ouvir música não como quem procura fazer o tempo passar. Não esperando só os arrepios e o “ui! ui! ui! como é linda essa música!”. Que tal encontrar o pulso rítmico dela? Que tal adivinhar onde estão as frases? Sabe quem vai se beneficiar desse tipo de coisa? Seu ouvido.
Não era pra ser novidade…
Mas seu ouvido, com talento ou sem ele, deve ser o maestro do seu aprendizado.
Então o que você deve fazer é desenvolvê-lo ao máximo.
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