Pra mim, o trabalho de um professor de piano é:
- Mostrar um caminho; confirmar os acertos; corrigir os problemas.
E ali por último é um ponto final mesmo.
Final de “final” mesmo, sem mais nada a acrescentar.
Não tem “motivar”.
Não tem “elogiar”.
Não tem “inspirar”.
Muito menos “divertir”.
É um troço difícil, mas pessoalmente sigo quase à risca isso.
Diversos professores que tive estavam além de qualquer definição de pé-no-saco, estavam mais pra marretada-no-saco. Teve até alguns que não aguentei e mandei plantar batata. Mas isso não significa que eu não tivesse nada a aprender com eles. Tinha sim. Só não aguentei.
É legal que sejam simpáticos e abertos.
Mas os charlatães também são muitíssimo simpáticos.
O ponto central é mesmo “ter algo pra ensinar como um caminho”.
Se isso estiver presente, temos um professor.
Nem todo mundo que sabe fazer alguma coisa tem algo a ensinar da mesma maneira que percorremos um caminho, ou seja, com começo e as soluções para os problemas de um começo, com meio e as soluções para os problemas do meio, e fim e as soluções para os problemas do fim. Eles podem ter dicas, sugestões, truques práticos, e lembrança de algumas coisas que eles mesmos fizeram. Mas a maioria daqueles que são excelentes em fazer alguma coisa (seja ela marcenaria, poesia, mecânica, filosofia, piano) não tem a menor idéia de como ensiná-la da maneira que um professor pode fazer.
Qual ponto quero mostrar aqui?
Que pra você decidir aprender com um determinado professor, deve olhar além das cerejas e do glacê.
Deve existir algo real que ele seja capaz de transmitir.
É fácil perceber isso?
Não.
Nem um diploma pregado na parede pode garantir isso.
A vida de aluno é mesmo complicada.
Mas quando você começa a percorrer o caminho de alguém que sabe o que está ensinando…
Aí percebe que valeu a pena.
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