O problema do “todo mundo é melhor do que eu”

Sim…

Existem pessoas que nasceram pra lidar com música.

E tem mais:

Existem pessoas que tem mais dificuldade pra lidar com música.

O cenário é o seguinte:

Existe um nível de normalidade.

Existe um nível acima do normal.

Existe um nível abaixo do normal.

Eu não sei qual é esse nível “normal”…

E, na verdade, nem quero saber.

Só estou dizendo isso, porque a verdade da vida é essa.

E vale pra qualquer tipo de habilidade.

Desde “dobrar um cobertor” até “falar em público”.

Existe gente que dobra um cobertor em um nível normal de dobrar um cobertor; existe gente que dobra um cobertor em um nível acima do normal, em que o cobertor fica parecendo um aqueles bolos de glacê; e existe gente que dobra um cobertor abaixo do nível normal, quase como se só tivesse o amontoado.

Tudo isso estou falando de uma habilidade “natural”.

Ainda podemos considerar que qualquer habilidade pode ser treinada.

De “dobrar um cobertor” até “falar em público”…

Incluindo “música” e “piano”.

Isso significa que não importa o nível natural de habilidade, algum treino é capaz de melhorá-lo.

Agora chegamos no primeiro problema da “música” e do “piano”.

Elas são coisas mais complexas do que uma habilidade qualquer.

Por exemplo:

Uma pessoa pode ter uma habilidade acima do normal pra percepção rítmica…

Mas não melódica.

E essa mesma pessoa pode ter uma habilidade abaixo do normal para a técnica.

Só isso?

Que nada, existe mais complexidade:

A percepção rítmica pode ser acima do normal até que o ritmo seja sincopado (que é um nome esquisito, mas é uma situação rítmica muito comum)… então no começo esse “abençoado naturalmente” se dá bem com os ritmos mais simples, mas depois pode desanimar porque surge uma dificuldade que ele nunca teve pra lidar com ritmos mais quebrados.

Acabou aí o problema?

Não, agora surge o segundo problema da “música” e do “piano”.

Quase toda a indústria musical…

Desde as produções mais simples, como entrevistas e documentários, até coisas mais técnicas e específicas, como os concursos, estão sempre exibindo o “resultado final” e alguns até exploram somente a “habilidade natural”, com o objetivo de mostrar que aquele artista é na verdade um semideus cheio de talento e capacidade que ninguém mais tem.

Isso sem contar as redes sociais…

Que são o antro do “veja como eu brilho”, “veja como não tenho problemas”.

Enfim, você conseguiu pintar um quadro aí com tudo o que eu falei?

Nossa imaginação está carregada disso.

Está toda ocupada pela ideia de que pra todo mundo é mais fácil…

“Só eu que tenho dificuldades”.

Não estou pretendendo aqui dizer que esse é um problema falso.

Como vimos no começo, existem habilidades diferentes para pessoas diferentes.

E esse fato é potencializado por toneladas de falsidade.

Falsidades externas e internas…

Mentiras fabricadas e confusões…

Algumas frescuras e mi-mi-mi e outras nem tanto…

E agora?

Como saímos dessa?

Na minha opinião, você deve se comparar somente com você mesmo.

É difícil porque somos bombardeados a todo momento…

E temos nossos ídolos e modelos.

Mas você deve tentar seguir o seu próprio caminho.

Registre o seu aprendizado e faça comparações depois de um tempo.

É assim que você vai perceber que está melhorando…

Sem se deixar confundir ou enganar por armadilhas de todos os tipos.

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