O maior problema dos estudantes de piano segundo eles mesmos

Quando pergunto sobre as dificuldades pra aprender piano, várias respostas chegam:

Dificuldades teóricas…

Dificuldades técnicas…

Dificuldades motivacionais…

Dificuldades reais e imaginárias…

E uma em particular está presente em 97.23% das respostas:

Falta de tempo.

Claro que existe uma maneira de aproveitar ao máximo pouco tempo de estudo.

É dessa maneira que ensino nas minhas lições.

Mas todo o drama em volta de “ai como eu queria ter mais tempo” ou “como a vida é mais difícil pra mim, estou sem tempo pra fazer o que gosto”… me lembrou da tia Marcinha que tinha um amigo que ele mesmo se chamava de “Azarado”. Minha tia já nem lembra mais do nome dele, só que era o “Azarado”. Ela conta que era assim mesmo que ele se apresentava pra outras pessoas:

“– Olá, muito prazer, me chamo Azarado!”

Se perguntassem pra ele porque ele se chamava “Azarado”, respondia:

“– Conclua por você mesmo: toda vez que me barbeio, eu me corto.”

E mais:

“– Toda vez que abro o chuveiro, o telefone toca…”

E ainda:

“– Quando saio do chuveiro pra atender o telefone, a pessoa desliga…”

Sem esquecer:

“– Sempre que coloco geléia, manteiga ou marmelada no pão, ele cai no chão e, claro!, com o lado da geléia, manteiga ou marmelada virada pra baixo.”

E cansado de reclamar, o Azarado resolveu procurar Deus pra descobrir porque era azarado.

Foi difícil descobrir o caminho até Deus, mas ele conseguiu e começou a viagem.

Na primeira parada, sentou próximo a um poço pra descansar.

Logo escutou um gemido por trás do poço.

Ali havia um lobo. Como o Azarado era simpático, conversou bastante com o bicho, contou sua história e pra onde estava indo. O lobo se interessou muito pela viagem do Azarado e por seu encontro com Deus, e pediu pra ele: “– Se você encontrar Deus, pergunte a Ele porque me sinto tão fraco e com tanta dor na barriga que me faz gemer.”

“– Deixa comigo!”, respondeu o Azarado.

E continuou sua viagem.

Quando cansou, se encostou em uma árvore pra recuperar as forças.

Logo escutou um gemido.

Olhou em volta da árvore e não encontrou nada.

Escutou o gemido outra vez.

Olhou pra cima e, que espanto!, era a própria árvore que gemia.

E como era muito simpático, o Azarado conversou bastante com a árvore e contou sua história e pra onde estava indo. A árvore se interessou muito pelo destino final do Azarado e pediu: “– Se você encontrar Deus, pergunte porque minhas raízes doem tanto e o que devo fazer pra acabar com a dor.”

“– Tudo bem!”, respondeu o Azarado.

E continuou sua viagem.

Andou, andou, andou até que chegou em um chalé.

Sentada na frente do chalé, uma linda moça chorava.

Como era muito simpático e não gostava de ver os outros chorando, Azarado conversou bastante com a moça, procurando distraí-la da tristeza, e contou sua história a pra onde estava indo. A moça ficou muito empolgada com a história e pediu: “– Você faria uma pergunta pra Deus por mim? Pergunte porque doe tanto meu coração e o que devo fazer pra curá-lo.”

“– Eu perguntarei!”, respondeu o Azarado.

E andou, andou, andou e andou…

Chegou até o fim do mundo…

Parou bem na beirada…

E uma voz muito poderosa vinda do céu disse:

“– O que você quer, meu filho?”

O Azarado não perdeu tempo:

“– Por favor, Senhor, eu gostaria de saber porque sou tão azarado e como resolver esse problema.”

E a reposta de Deus foi:

“– Você não é azarado, simplesmente você ainda não encontrou sua sorte, por isso deve procurar por ela.”

“– Ah! Entendi! Devo procurar pela sorte! Obrigado!”

Antes de ir embora fez as perguntas da moça, da árvore, e do lobo.

E começou a viagem de volta.

Muito apressado, pois agora precisava procurar pela sorte.

Ao encontrar com a moça chorosa, contou sobre sua nova busca.

Contou também a resposta de Deus pra ela:

“– Deus disse que a razão de seu coração doer tanto é que você está sozinha, por isso você deve pedir em casamento o primeiro homem que aparecer na sua frente.” E a mulher: “– Que bom! Então, eu vivo aqui nessa casa sozinha, com muitas riquezas, por acaso você quer casar comigo?”. E muito sério o Azarado respondeu: “– Não, não! Agora estou sem tempo, preciso procurar minha sorte. Adeus!”

O Azarado, então, continuou o caminho de volta.

Encontrou novamente a árvore que gemia.

Contou toda a história da viagem.

Contou também a reposta de Deus pra ela:

“– Deus disse que a razão de suas raízes doerem tanto é que alguém enterrou um tesouro embaixo de você, e o baú incomoda o seu crescimento, por isso você deve pedir pra alguém cavar e tirar o tesouro.”. E a árvore: “– Que bom! Bom, eu não tenho mãos pra cavar, então você pode cavar e ficar com o tesouro pra você.” E o azarado: “– Não, não! Desculpe, mas não tenho tempo, pois tenho que procurar minha sorte. Adeus!”.

E andou, andou e andou…

E chegou ao lobo que gemia.

Contou toda a história da viagem.

Sobre como encontrou Deus e como estava feliz com sua nova busca.

Contou também a resposta de Deus para o lobo:

“– Deus disse que a razão pra você estar fraco e com dor na barriga é porque você está faminto, por isso você deve devorar o primeiro tolo que aparecer por aqui.”

E o lobo devorou.

Este foi o fim da procura.

E o fim do Azarado.

Quem puder entender, que entenda.

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