Em 2024 ainda não ouvi ninguém me contar uma causo mais engraçado do que este: um amigo meu estava descarregando pilhas de telhas e madeiras de uma caminhonete, passando um sufoco desgraçado por causa do peso, quando um menino de 5 anos passou por perto e perguntou o motivo de precisar descarregar tantas coisas pesadas daquele jeito. A resposta foi simples:
“– Por que têm muitas goteiras na casa, por isso vamos reformar o telhado”.
E a resposta indignada do rapazinho foi:
“– Ué! Vocês não têm potes pra por nas goteiras?!?”
Perfeito!
Por que passar tanto sufoco…
Por que tanto gasto e dedicação…
Não é só colocar uns potes nas goteiras?
Provavelmente você pensou agora:
“– Ix! Lá vem chicotada do philépi em quem só procura gambiarra…”
E você está certo…
Comecei este texto com esta intenção.
Acontece que agora me lembrei que alguns meses atrás eu estava hiper empenhado em praticar o Wilde Jagd, dos Estudos Transcendentais de Liszt, e andava dando nó em pingo d’água pra não me deixar me auto-iludir a mim mesmo e me entregar a soluções paliativas de problemas que eu sabia demandarem um enfrentamento mais profundo, digamos assim, na prática da peça.
E mesmo sabendo disso, alguns trechos passaram mesmo na base da gambiarra.
Não teve jeito…
Coloquei um baita pote debaixo da goteira…
E deixei a madeira do telhado sofrendo com a água escorrendo.
Tenho algo pra dizer em minha defesa?
Sou apenas mais um hipócrita qualquer?
Decerto que sou.
Mas existe uma boa diferença entre uma gambiarra por preguiça…
E uma gambiarra por prioridades.
Ou isso será apenas uma vã justificativa?
Bem, na dúvida, saiba qual gambiarra você está fazendo…
Pra não ser surpreendido com o telhado caindo na sua cabeça.
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