Não queria necessitar disso, mas necessitei

Já contei a história de quando arruinei o teste de canto de uma moça na Juilliard School, em Nova York. Ainda me surpreendo de como eu fui de achar que o sucesso se abria diante do meu caminho pra “que bela porcaria que eu sou”:

Foi questão de uma música!

3 minutos!

É claro que, pra sair do embaraço e do buraco do arrependimento, deve-se tirar uma lição de toda situação de fracasso e tocar o barco…

Não existe vida humana sem falhas.

Consequentemente, sem histórias embaraçosas.

(isso é mais fácil de falar do que de fazer)

Meu exemplo não é parecido com o Roberto Baggio, já que não foi diante do mundo inteiro, mas eu estava na melhor escola de música da América e não tinha porque eu ter sido tão relapso com os preparativos. Meu orgulho fica ferido sempre que conto isso. Só volto pro eixo quando lembro o que preciso fazer pra jamais voltar a passar por isso:

Se quero alcançar algo, se tenho um objetivo claro…

Não posso fugir da sequência apropriada de ações pra chegar lá.

No caso, eu precisava acompanhar uma cantora.

Mas não era só sentar no banquinho e brilhar.

Não olhei a partitura uns minutinhos antes.

Sentei no piano sem nem saber o andamento da música.

Só podia terminar em lágrimas.

(fico imaginando o que aconteceu com a moça).

Não adianta se meter a querer fazer uma coisa sem saber de antemão o mínimo. Isso serve também pra aprender uma música do zero, ou pra ajeitar algum problema numa música que a gente esteja aprendendo. Sem uma estratégia mínima, coerente, o resultado positivo não vem. Essa coisa de estratégia não é um super mistério, algo hermético próprio pra iniciados.

É sempre um negócio simples mas bem encaixado.

No caso da Juilliard, eu tinha ações a realizar:

Bastava avaliar pontos fundamentais da partitura.

Talvez não precisasse de 10 minutos.

Pronto!

A moça teria chorado de alegria e eu não ficaria com cara de pato na chuva.

Mas, não…

Quis o destino que eu tirasse uma lição tão simples…

A um preço tão caro.

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