Não existe mágica no piano (sim, existe)

Em Novembro do ano passado um caso muito comum chegou nas minhas mãos:

Um aluno que estudava piano há 3 anos, mas estava meio perdido.

Por que perdido?

Bem, ele estudava com “leveza”, sabe?

Isso quer dizer:

Depois de 3 anos não conseguia tocar uma música sequer.

Claro, ele sabia vários pedaços de músicas, mas nunca tinha se dedicado totalmente em uma, então pulava de música em música conforme seu interesse mudava. O problema é que esse círculo de só seguir o gosto mais imediato não gerou a bola de neve do aprendizado e esse estudante ficou preso sem avançar.

Então, de Novembro até Janeiro trabalhamos no fundamento.

No final de Janeiro começamos a trabalhar pra que ele tivesse um repertório verdadeiro.

Aquele que vai ser a base pra evoluir pra qualquer direção.

Bem, como desafio, propus uma sonata de Cimarosa.

Ok.

O desafio foi aceito.

Foram 12 dias de estudo pra que ele tivesse as notas, o ritmo, e parte da dinâmica resolvida.

(saber que foi “12 dias” é um mérito desse aluno, pois ele anota os dias que ele estuda cada coisa)

E depois disso?

Pedi pra ele esquecer essa peça.

No começo de Julho voltamos a ela.

Foram 2 dias não só pra recuperar o que ele tinha alcançado em Janeiro, mas pra avançar mais ainda, dedicando-se em aspectos de musicalidade que de nenhuma maneira ele teria capacidade de se dedicar no começo do ano.

Agora vamos destacar o ponto importante:

Não houve mágica.

Em primeiro lugar, esse aluno precisou decidir que gostaria de avançar…

Em segundo lugar, ele seguiu um método racional de estudo que não dependesse do desejozinho mais imediato…

Em terceiro lugar, ele manteve a continuidade dos estudos.

Pensando bem…

Houve mágica sim…

Foi preciso juntar esses três ingredientes no caldeirão…

E bum!!!

Ele está avançando…

Muito mais em poucos meses do que anos sem estudar direito.

E a mágica final:

Se ele aguardar mais 4 ou 5 meses pra se dedicar a esta peça novamente, então provavelmente jamais se esquecerá por toda a vida. É assim que os pianistas lidam com a memorização de repertórios complicados e em grande quantidade.

Bons estudos!

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