Convido a todos que participam desta lista de e-mail a pensar junto comigo:
É sensato participar de um tiroteio com uma língua-de-sogra?
Imagine a cena:
O inimigo com revólveres, espingardas e, hoje em dia, por que não?, metralhadoras…
Enquanto um sujeito corre destemido pelo campo de batalha querendo enfrentá-los assoprando uma impressionante língua-de-sogra.
Podemos até chamá-lo de audacioso.
Jamais de sensato.
Muito bem.
Por que estou pedindo pra imaginar esta cena?
Pois tem gente que conheceu Chopin agora, devido aos meus últimos vídeos, e ficou impressionado pela beleza e capacidade de movimentar os sentimentos que a música de Chopin tem, e agora, já que falo tanto em “imitação”, quer aprender Chopin por imitação.
Lamento.
Fazer isso é o mesmo que entrar em um tiroteio com uma língua-de-sogra.
É maravilhoso escutar Chopin.
Mas, para o músico, aquilo ali é uma luta.
Pode até ser que alguém consiga cegar um ou dois inimigos com uma língua-de-sograda nos olhos, mas não será possível vencer o bando inteiro.
Imitação não é subterfúgio pra não avançar na parte mais abstrata da música.
Não é permissão oficial pra viver de tutoriais e guias de tecla.
É uma ferramenta eficaz para despertar os ouvidos e simplificar a didática musical.
Claro, sem problemas colocar Chopin como objetivo.
É algo sim possível.
Sempre digo que ter algum objetivo é essencial.
Mas colocar a mão na massa de maneira racional também é.
Sem dar um passo maior do que as pernas.
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