Nenhum aprendizado se estabelece sem que se repita o que se quer aprender. Absolutamente todos os movimentos relacionados ao piano devem ser repetidos inúmeras vezes para que sejam assimilados e se tornem orgânicos, ou, uma segunda natureza.
Inclusive, quando a gente fica velho e sábio, passa a gostar de repetir.
Adivinha por quê?
Sim…
Porque já deu tempo de perceber que não há outro jeito.
Como já sou quase-velho e quase-sábio, engulo a seco a vontade de nunca mais falar de dedilhado e repito como se eu não estivesse queimando por dentro:
Dedilhado não é firula com as notas…
Não é um solinho maroto que deixa a música mais interessante…
É a sequência dos dedos usada pra tocar cada nota.
Só isso.
Repetido isso…
Vamos em frente.
Pouca gente dá real valor à manutenção do dedilhado escolhido porque ainda não entendeu o poder da repetição. Uma vez que se encontra o dedilhado ideal, ele deve ser rigorosamente mantido. Está proibido incluir mudanças pequenas ou grandes nele.
Lembre-se:
Tudo que é repetido é melhor assimilado.
Se você fica alterando o dedilhado…
A música nunca repousa nos seus dedos e na sua memória.
Se você o mantém, a cada repetição, a música faz mais parte de você.
É claro que o efeito direto da música na gente se dá por meio dos sons, das notas; mas nós, músicos, temos de levar em conta o aspecto corporal da execução. O nosso corpo tem de decorar os movimentos, até ao ponto em que, em certas circunstâncias, a nossa cabeça não lembra da música, mas os dedos lembram.
Isso já aconteceu comigo no palco!
No meio de uma apresentação, na metade da música, esqueci o que vinha pela frente em termos sonoros, foram os meus dedos que terminaram a execução.
Entende como não alterar o dedilhado é coisa séria?!
O efeito concreto de não alterar o dedilhado é ter a música assimilada pelos seus dedos, não só pela cabeça.
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