Não.
Quer saber o motivo?
Acho que quer, senão não estaria lendo isto daqui.
O que me leva a pensar:
“– Por que não respondo logo e paro de enrolar?”
Bem, acho que nunca vamos saber a resposta disso.
Da enrolação e não da pergunta “qual analogia é possível fazer entre um filme e uma música?”. Então, vamos lá: um filme pode nos ajudar muito a compreender um aspecto interessantíssimo da música. E me refiro aqui não ao aspecto emocional ou ilustrativo, mas o aspecto “tensão/resolução” ou “pergunta/resposta” ou “partida/chegada”.
Muito claramente um filme vai deixando várias perguntas abertas.
E, no decorrer, vai respondendo muitas delas.
Algumas são respondidas imediatamente.
Por exemplo, o personagem entra num elevador, sobe até o 17º andar, caminha por um corredor sombrio e entra no apartamento 178. “– O que ele está fazendo ali?” parece ser a pergunta mais importante, e é tão importante que ela se destaca inclusive sobre a pergunta “– Quem é esse sujeito?”.
Assim que entra no apartamento o sujeito fala:
“– Docinho, só tenho 30 minutos, tenho que voltar cedo porque minha esposa está desconfiada”.
Ah!
Aí está…
Ali é o apartamento da amante!
Alguém experimente poderia ainda se perguntar:
“– Por que mostrar a cena do elevador e do corredor? Por que não cortar direto pra cena da fala?”
A resposta simples seria:
“– Por estética. O direto quer dar um aspecto noir ao filme.”
Ou não…
Mais pra frente no filme percebemos que uma cena de crime se utiliza do mesmo elevador e corredor e, para um bom observador, uma nova tensão está criada, tensão que praticamente pede uma resolução.
Então, pra encurtar o assunto, esse tipo de coisa também acontece em música.
Poderíamos adicionar, claro, duas notas importantes:
1) Música é algo um pouquinho mais abstrato do que isso, já que não é uma reprodução visual e quase direta da vida humana.
2) A experiência acumulada dita a percepção.
Ok, é isso mesmo.
Mas esse desenrolar dramático da música existe.
É uma delícia percebê-lo…
E muito da vontade que temos de “entender melhor a música” passa por essa percepção.
Então convido todos a acumular experiência musical dessa maneira.
“– Como?”, talvez você me pergunte.
Bem, praticando piano de maneira a conhecer e se aprofundar nesse tipo de estrutura.
A meu ver, essa é a maneira sólida e gostosa de lidar com o instrumento.
E ensino a fazer isso na própria prática diária.
Entre para o meu MÉTODO REAL DE PIANO para participar disso.
Conheça os detalhes aqui: