Meu velho teimoso favorito

A parte difícil de uma música é igual a um velho teimoso…

Mas um velho teimoso sentado na razão.

Jovens cheios de ímpeto não têm ideia do quanto não adianta se afobar e querer passar por cima de uma coisa que só cede mediante paciência e perseverança.

Dá até pra ouvir o trecho difícil da música falando:

“– Vai, tenta mais uma vez me fazer rápido, assim você tem mais uma chance pra perceber que tem de ser devagar”.

“– Ainda não aprendeu? Tranquilo, não tenho pressa de sair bem feito”.

Não tem jeito.

Você não vai conseguir dobrar quem foi feito pra te ensinar.

Sim, os trechos difíceis foram feitos pra nos ensinar.

Com eles você obrigatoriamente aprende a diminuir a velocidade.

Essa é a única maneira de eles aceitarem conviver com você.

E tem mais:

O que se aprende com os trechos difíceis, se aprende pra enfrentar também os trechos fáceis. Os trechos fáceis não são tão exigentes, não ganham vida somente quando se pratica devagar, mas adoram ser tratados igual as partes difíceis (acho que por um pouco de ciúme).

Eu aprendi muito com os trechos difíceis.

Tanto que posso acrescentar um detalhe:

Não insista muito neles por dia.

Não passe de dez minutos.

Também como os anciãos, eles se cansam rápido…

Precisam descansar e retomar as forças.

Uma visita curta e diária vai deixá-los radiantes…

E você cultiva uma amizade com quem não vai te deixar se perder em ansiedade.

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