Método “Músicas Que Eu Gosto” de Piano

Procure no nosso querido Youtube a melhor maneira de aprender alguma coisa.

Qualquer coisa.

Vai aparecer uma porção de vídeos indicando que a neurociência já provou que pra “hackear” nosso cérebro e conseguir aprender alguma coisa mais rápido ou melhor, precisamos “gostar” daquilo que estamos aprendendo. Uma coisa que me intriga é que alguns até dizem isso em tom de novidade.

Na minha arrogante e não-científica opinião, isso é FALSO.

FAKE NEWS.

Vamos lá:

O que significa “gostar”?

Eu gosto de caldo de cana.

Eu gosto de caldo de cana no café-da-manhã?

Eu gosto de caldo de cana no inverno?

Eu gosto de caldo de cana com churrasco?

Eu gosto de caldo de cana estragado?

Eu gosto de uma banheira de caldo de cana?

Adiciona-se algum contexto e o “gostar” já vira um “não é bem assim”.

Não paremos por aí.

Vamos considerar a música.

Não qualquer música.

Esta música:

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Tá na hora, tá na hora,
tá na hora de brincar
pula pula bole bole
se embolando sem parar
Dá um pulo vai pra frente
de peixinho vai pra trás
quem quiser brincar com a gente
pode vir nunca é demais
Ilari lari lari ê ô ô ô(3x)
É a turma da Xuxa que vai dando seu alô
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Eu gostava dessa música.

Mas não a parte do “se embolando sem parar” que, na verdade, eu odiava, principalmente porque eu ouvia “rebolando sem parar” e se tinha uma coisa que mesmo em uma idade que o discernimento não é o nosso ponto mais característico, “rebolar” não era uma ação que me parecia digna de ser seguida.

Pra ser sincero, eu só gostava do “Ilari lari lari ê ô ô ô”.

E gostava porque achava engraçado.

Agora o mais misterioso desse “gostar”:

Eu não queria gostar dessa música.

Já era velho demais pra gostar dela quando surgiu.

Pegava mal.

Uma não-criança e não-adulto como eu era, não deveria gostar desse tipo de música.

Percebem a confusão de um simples “gostar”?

Mas quando alguém diz que o segredo de aprender um instrumento é só tocar aquilo que você gosta, parece que é uma coisa tão verdadeira, especial e que com certeza vai funcionar, mas isso é quase sempre uma impressão falsa que, na melhor das hipóteses, vai te levar a tocar 15 segundos de algumas músicas e todas sempre muito parecidas.

É de se duvidar que esse seja o objetivo de alguém.

Uma pessoa de verdade sabe que “gostar” é uma coisa incerta…

Mutável…

E principalmente educável.

Portanto jamais vai servir como guia confiável de qualquer coisa.

Pra seguir um processo no piano que leva até um RESULTADO e, por causa desse RESULTADO, faz você se desenvolver sempre mais, veja este vídeo explicativo aqui:

https://www.metodorealdepiano.com.br/