Melhorando a performance de uma música sem estudar

Permita-me explicar o título um pouco bizarro:

Alguns problemas não são resolvidos com a fórmula “pratique, pratique, pratique…”, mas sim com a “pratique, durma, problema resolvido!…” Foi isso que chamei de “Dormir no Problema”. Por exemplo: em alguma música é necessário tocar uma variação entre os dedos 4 e 5. Uma verdadeira tortura! O sujeito fica alguns minutos tentando, mas não sai nada direito…

Mas no próximo dia, depois de descansar e passar um tempo…

A execução está bem melhor.

Parece que a coisa se resolveu justamente fora do momento de estudo.

Ok.

Não é sobre esse fenômeno que quero comentar…

Embora seja algo parecido ou até relacionado.

Vamos imaginar uma estorinha:

Suponhamos que você vai estudar algum minueto de Bach.

Suponhamos que seja aquele Minueto em Fá Maior que publiquei no Youtube.

Então você se dedica em entender a melodia…

Em compreender a traquinagem rítmica que essa peça apresenta…

Em domar as mãos pra pegar bem as mudanças de posição…

E em deixar a polifonia aparecer.

Certo!

Como você sabe estudar, a coisa avança bem.

Suponhamos ainda que em 10 dias essa peça, que não pode ser considerada simples, está bem tocada.

Depois de duas ou três semanas estudando outra coisa, você volta para o Minueto.

Dá uma relembrada nas notas…

E uma coisa incrível acontece:

Você toca com MAIS fluência e MAIS controle do que antes.

Já travei contato com 1.596 explicações diferentes pra esse fenômeno.

Mas o porquê não me interessa.

Interessa é que o fenômeno acontece e DEVE ser aproveitado pelo aluno.

Nessa estória imaginada tudo foi, digamos, imaginado: o Minueto escolhido, os problemas que foram estudados, o tempo pra conseguir tocar a peça satisfatoriamente, o tempo que se passou pra voltar a tocar a peça. Mas uma coisa NÃO foi imaginada e trata-se do cenário geral.

Pra esse fenômeno acontecer foi preciso que:

1) O estudante soubesse estudar (como encarar as dificuldades).

2) Mantivesse a continuidade dos estudos no tempo (sem grandes intervalos entres os dias).

3) Não deixasse transcorrer muito tempo depois do primeiro estudo.

Esta é a conclusão bizarra:

Quando estuda direito, o estudante se desenvolve até quando não estuda.

Por isso é imprescindível que meus alunos mantenham a continuidade.

Senão a bola de neve do aprendizado não acontece.

(Nota: Se você é um estudante intermediário de piano e sente que está empacado no aprendizado, faça seu cadastro pra receber o conteúdo Como Criar Exercícios Para Piano! Cadastre-se aqui.)

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