Temos dois níveis básicos de intensidade musical:
Piano (p) e Forte (f).
Vamos esquecer por enquanto as variações dessas intensidades.
O ponto que quero ressaltar é:
É muito comum que o aluno não toque o “f” forte o suficiente.
Normalmente acontece aquilo que chamo de “completando com a imaginação”, ou seja, para quem está ali tocando parece suficiente a variação de intensidade executada porque ele já espera que haja essa variação e, mesmo que faça apenas um pouco dela, sua imaginação completa o trabalho, dando a impressão de que tudo está maravilhoso.
A primeira coisa necessária pra isso NÃO acontecer é o realmente exagerar.
A segunda coisa é “experiência”.
Pois é.
Nenhum truque, não é mesmo?
Pra não se deixar dominar pela imaginação é preciso ter experiência da força empregada.
É preciso ter memória do som reproduzido.
O problema na verdade é uma bola de neve.
Porque variar a intensidade musical é desestabilizar um pouco o controle.
E ninguém quer ser ameaçado de perder o controle.
Então o sujeito acaba nunca acumulando experiência porque tem medo da variação.
Eu tinha um professor que dizia que a intensidade musical é como a maquiagem de um ator no teatro: nós que estamos na platéia não percebemos nenhum exagero, tudo está normal e harmonizado, mas ao chegar perto do ator, percebemos o exagero da sua maquiagem, chegando ao nível do absurdo. Ou seja, pra fazer aparecer a intensidade para quem escuta uma música, é preciso apelar ao exagero… e conforme acumulamos experiência, podemos compreender se esse exagero está exagerado ou não.
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