Mais uma palavra sobre fórmulas de organização de estudo

Poucos dias atrás eu orientava um aluno particular a utilizar algumas artimanhas para aquilo que vez ou outra chamo de “ter as notas na mão”. “Ter as notas na mão” faz parte de outra fórmula de organização dos estudos que é mais velha do que mijar em arco (como diria tia Marcinha), que é:

Notas + fraseado.

E o espírito de contradição do aluno não aguentou…

Teve de comentar:

“– Li em algum lugar que esse negócio de começar a aprender notas é muito prejudicial… que tira a vida da música… um músico de verdade deve sempre dar prioridade para a musicalidade…”

Bem, a polêmica entre “Mecânica x Musicalidade”…

“Exercício x Música”…

“Técnica x Criatividade”…

“Intuição x Razão”…

Também é algo mais velho do que respirar com o nariz.

E mais falso do que nota de R$3,50.

Assim que meus cabelos ficarem um pouco mais brancos, minha resposta será a mesma que meus professores me davam quando esse espírito de contradição dominava a mim: “– Então porque você não vai aprender nesse ‘algum lugar’?”.

Enfim, voltando ao assunto…

Concordo totalmente com a afirmação:

“Um músico de verdade deve sempre dar prioridade para a musicalidade”

A pergunta que se segue é:

“– Você por acaso é um músico de verdade?”

“Aplicar musicalidade” exige ter experiência acumulada.

Conhecer as diversas formas de fraseado.

As diversas formas de expressar intensidade.

Ter uma boa idéia da hierarquia de sons para modelar vozes…

Para cantar um acorde.

Mais do que isso:

Não só “conhecer” no sentido de “ter notícia de que existe”.

Mas ser capaz de executar.

E ser capaz de expressar uma boa musicalidade ainda depende de outras coisas mais elementares.

Depende de um bom instinto rítmico.

De as mãos já estarem bem treinadas em formatos de ataque.

Dos dedos estarem fortalecidos e livres.

Enfim, a técnica não é apenas uma coisa a parte da expressão artística.

Ela é a própria expressão em ação.

O domínio do níveis elementares é uma obrigação para qualquer um, amador ou profissional.

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