Glenn Gould não tinha opções?

Muitos gostam de usar o exemplo dos super-gênios pra deixar de fazer o tipo de coisa que todo aprendiz deve fazer:

“– Se a Martha Argerich não pratica exercícios… eu também não”

“– Já que o Glenn Gould muda o Bach todinho… que que tem colocar essa ideia ótima que eu tive…”

E assim vai.

Eu só teria uma perguntinha pra um pré-gênio-em-estado-acabado desse quilate:

Vamos considerar essa coisa do Glenn Gould aí.

Você acha que se fosse pra seguir a partitura em todos os detalhes, considerando qualquer revisão e edição que se tenha feito no mundo, o Glenn Gould se sairia bem? O que ele fazia era a única coisa que ele conseguia fazer? Ele não tinha mais opções?

Hein?

Claro, ele tinha MUITAS opções.

Então…

Já que você se baseia sempre nos gênios…

Tome isso como uma verdade inquestionável:

As coisas que os grandes fazem não são feitas por limitação.

Eles estão em outro patamar de domínio.

Pra você, antes de qualquer desvio de rota, de qualquer ideia fantástica, de qualquer prato refinado, vem o caminho seguro, a ideia padrão, o feijão com arroz.

Aquiete-se e pratique passo-a-passo.

É mais garantido se subestimar do que se superestimar.

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