“–Ah é? E quanto tempo faz que você pratica piano?”, respondi perguntando.
“–3 meses já!”, devolveu ele.
“–Hmmm, temos um problema aí.”, constatei.
“–Sim!”, concordou efusivamente.
Agora pergunto a você:
É razoável da minha parte considerar que não olhar para o teclado só deve ser uma preocupação do aluno depois que ele aprendeu a colocar as músicas naquele nível que costumo chamar de “suficiente”?
Não ouço você mas posso ouvir seu sim.
Então, se é razoável, por que você acha que o aluno ali de cima se surpreendeu ao me ouvir dizer que o problema a que eu me referia NÃO era não conseguir olhar para o teclado, mas estar preocupado com isso aos 3 meses de estudo, antes de se habituar a abordar uma música de maneira a executá-la num nível suficiente?
Não vejo você mas posso ver seu semblante interrogativo.
A resposta não é óbvia, mas no fim das contas é simples:
Tocar sem olhar para o teclado era o que mais chamava a atenção dele.
Era o que ele achava bonito quando assistia alguém tocar, e isso o fez correr atrás dessa habilidade específica antes de entender quais eram de fato as habilidades anteriores.
Tudo bem, nada demais.
Já tinha visto gente vidrada em não olhar para o teclado.
A solução, no fim da história, não foi difícil.
E foi um final clássico:
Ele ficou feliz…
Eu fiquei feliz…
E você pode ser feliz sabendo o que precisa fazer aqui: