*empurra-empurra*… vamos amadores, vamos, vamos, avante…

Não sei se todas as pessoas já tiveram a oportunidade (não sei se “oportunidade” é realmente a palavra certa) de pegar o metrô em uma cidade grande, bem no horário que todo mundo está saindo do trabalho, tipo próximo das 18 horas. Vamos trocar “oportunidade” pelo genérico “experiência”.

E essa experiência, em resumo, é:

Jamais você imaginaria que tanta gente se empurrando, se apertando, se forçando, caberia num lugar tão pequeno.

Agora, uma pequena confissão:

Eu uso a técnica do empurra-empurra-e-aperta com vocês.

Sempre forçando a ir para um lugar que não parece possível de caber…

Ou que nem todo mundo quer estar.

Como assim?

Veja bem:

O relacionamento mais normal que um amador de piano tem com música, é um relacionamento a nível emocional. Ele está sempre esperando ser agradado, que tudo seja gostosinho, e que a música que ele mesmo toca seja tão emocionante quanto as músicas que ele está acostumado a ouvir. “Emocionante” aqui pode significar simplesmente um arrepio na coluna…

Ou o gostosinho de alguma lembrança bem nostálgica…

(e isso explicaria porque o romantismo século XIX é tão adorado pelos amadores)

Muito bem!

Isso está errado?

Não!

Mas eu sei que música não se limita ao nível emocional.

E mesmo um músico amador deve levar seu contato para fora de si, penetrando no que é a música mesmo, se é que ele quer oferecer algo decente e não só tentar cumprir um desejo emocional. Muitos amadores demoram pra compreender essa diferença. E então? Então cumpro meu trabalho de os empurrar para aonde não querem ir.

Por exemplo, a primeira coisa musical que eles devem prestar atenção:

Ritmo.

Eles adoram só prestar atenção em notas e acordes.

Porque um pouco que se acerta essas notas e acordes, muitos arrepios são disparados.

Mas vamos forçando aí pessoal, pra frente, pra frente…

Vamos entrar no bonde do ritmo bem distribuído…

Outra coisa que amador não presta muita atenção é como os baixos são importantes… se ele parasse de olhar pra si mesmo enquanto escuta uma música… talvez ele comece a perceber que existe algo a mais no fundo de uma melodia… e que a mão esquerda não é só um incômodo tolerável…

Enfim, vamos indo, pessoal, ninguém parado…

São 18 horas, o bonde musical é pequeno…

Mas nada de ficar parado…

Vamos, vamos, vamos, vamos…

Apertem-se e vamos nessa pra próxima estação musical.

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