“Devo tocar este exercício em outros tons?”

Tão certo como dois e dois são cinco:

Todo novo exercício de piano que publico, alguém pergunta…

“– Deve tocar este exercício em outros tons?”

Em termos exclusivamente musicais:

Sim!

Seria realmente bem proveitoso!

Agora, tão certo como dois e dois são quatro:

Isso é bom apenas em tese.

Veja bem:

Um exercício que tem como principal alvo a liberdade técnica e mecânica, deve ser executado de acordo com algumas premissas específicas pra alcançar um resultado e, indo além disso, pra alcançar um resultado maximamente eficaz. E, claro, se isso for feito juntamente com a variação de tons, melhor ainda…

Mas somos esquecidos, lembra-se?

Logo, logo o propósito principal do exercício é perdido.

Aquilo que deveria ser feito em 10 ou 15 minutos começa a tomar outra proporção.

O que serve de suporte pra músicas, cria vida própria e invade toda a rotina.

Logo o sujeito já esqueceu as premissas…

Está só pensando na variação de tons…

Que passou a ocupar quase todo o tempo de estudo…

Depois ele vem até mim:

“– Ah.. fiz o exercício tal… estou com dificuldade tal e tal…”

Mas, peraí!

O objetivo do exercício não era só acertar as teclas…

Existiam algumas premissas importantes que foram abandonadas.

Então, no final das contas, a resposta a pergunta “Deve tocar este exercício em outros tons?” é: esqueça isso por um tempo e tire o proveito essencial para o qual o exercício foi criado. Não sobrecarregue ele com outra coisa, por melhor que essa coisa seja.

Só assim pra criar uma base sólida de aprendizado.

E não uma falsa habilidade.

(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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