Desafio TOP 1

Um colega que eu não conversava há pelo menos 10 anos me enviou, sem nenhum “olá” nem contexto, um artigo que descrevia uma pesquisa feita em aplicativos de música (ao estilo Spotify), mostrando que em termos de minutos totais, músicas mais antigas são mais escutadas do que músicas mais recentes.

Bem, eu tenho um palpite sobre isso.

Algo que se aplica em música, mas também em qualquer tipo de “conteúdo”.

O formato concorrido e descartável, principalmente desencadeado pelas redes sociais (mas isso também já vinha acontecendo na TV), fez a “arte” desaparecer e o “entretenimento” florescer.

O agravante é que quanto mais “entretenimento” menos vida útil.

Aí está o resultado:

As músicas recentes são tão repetitivas e simplificadas que já nem entretem mais.

O “antigo”, feito sem a pressa da internet, é muito mais interessante.

Aliás, existem alguns canais no Youtube que ficaram muito famosos tentando mostrar essa característica simplificadora e emburrecedora na música recente. Em 2016 e 2017, assisti alguns vídeos do “Rick Beato” (vídeos em inglês) que ilustravam isso tudo muito bem.

Acho que tirando todos os desafios básicos da sobrevivência humana, livrar-se do vício do entretenimento, que nos deixa mais burros e enquanto nos deixa mais burros mais ainda nos seduz, deixando então ainda mais burros e ainda mais seduzidos, é provavelmente nosso maior desafio pessoal.

Eu não tenho a solução pra esse problema.

A não ser a solução pessoal.

Que cada um que perceba esse problema, busque a sua terapia.

O tempo que colocamos no piano, buscando nos desenvolver numa técnica que evidentemente é capaz de trazer beleza ao mundo, sem cair na fraqueza de ir atrás de mais um vídeo que ensina um truque, e depois outro vídeo e depois outro vídeo e depois outro vídeo, nos enganando que estamos fazendo algo decente quando na verdade mais uma vez caimos no entretenimento emburrecedor…

É com toda certeza uma terapia pra esse problema.

Não fica restrito a aprender uma música…

Ou a aprender piano…

Mas é um maneira de colocarmos nosso ser inteiro em algo…

Não apenas nossa tendência a ficar babando em frente de algo que nem lembramos mais o que é depois de 5 minutos.

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