Como tocar bem, e de memória

Se eu disser que pra tocar piano bem não se deve pensar nas notas mas nos efeitos musicais, muita gente vai achar a idéia até bonita, mas não vai entender patavina do que isso é na prática.

Bom, na prática, o piano ou imita a voz humana ou uma orquestra.

Quando imita a voz, não há muitos contrastes e tudo é mais macio.

Quando imita uma orquestra, a tendência é que haja mais articulação de coisas diferentes, saltos, staccatos…

Sem dúvida quem está habituado a ouvir a fonte do que o piano imita – canto e orquestra – tem mais condições de realizar uma imitação mais perfeita. A ideia de efeito musical pra esse sujeito não é uma abstração interessante: é algo concretamente impresso na imaginação e na memória.

E já que falei em memória…

Tenho de dizer que é pelos efeitos musicais que se memoriza uma peça, as notas são apenas a base material que está lá por uma necessidade acidental, vamos dizer assim.

São os efeitos que importam…

Eles é que vão atingir o ouvinte e fazê-lo zarpar, flutuar, viajar…

Quem fica preso às notas, digo, pensando nelas enquanto toca, não entendeu ainda o que está tocando.

Aí não dá pra esperar que o ouvinte vá entender também.

Ou seja…

Pra tocar bem, tem de entender…

Pra entender, tem de imitar…

Pra imitar, tem de ouvir…

Pra ouvir, tem de só não ser surdo (e desinteressado).

Não é nada complicado.

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