O conflito é de mentalidade:
A: “só quero saber como tocar as peças… sentar no banquinho ir pra música… apertar teclas…”
B: “preciso entender como as coisas funcionam e de onde elas vêm… só assim consigo pensar…”
Claro que o tipo A e tipo B são reduções.
Difícil encontraremos alguém que pense EXATAMENTE de cada um desses jeitos.
Mas tanto A quanto B representam bem uma tendência.
O certo estaria no alardeado “caminho do meio”?
No verdade, o “caminho do meio” é tão abstrato quanto as extremidades.
Na maioria das vezes o “meio” é aderido só pra alívio psicológico.
Ok.
E como se resolve então DE VERDADE o conflito das mentalidades?
Não consigo mais me lembrar qual a origem da frase (e não quero parar pra pesquisar senão preciso de mais meia hora pra voltar a conseguir escrever), mas ela dizia mais ou menos assim: a exata lição que você precisa está naquelas tarefas que você estiver evitando.
Traduzindo para o nosso caso pianístico:
O tipo A, o “prático”, quer no máximo dicas e formuletas.
E foge, como o diabo da Cruz, das explicações, definições, tratados, e pra usar um cenário mais atual, foge de qualquer vídeo com mais de 7 minutos e os de 10 pra cima só se for na velocidade 2x. O tanto de problemas que ele evitaria se tentasse entender e, sejamos sinceros, se meditasse nas relações teóricas das coisas que ele pratica são inúmeros.
O tipo B, o “teórico”, precisa ter um caminho claro e pavimentado antes dar um passo.
Não é só tempo que ele perde agindo assim.
Os próprios problemas que ele pensa que tem serão ilusórios.
Ou não são probblemas verdadeiros ou não tem a dimensão que pensa que tem.
A solução não é se atirar a fazer as coisas sem entender, até porque alguém com essa mentalidade nem conseguiria fazer isso. É necessário entender apenas o próximo passo. Não é preciso todos os detalhes do caminho. Claro que até o “próximo passo” pode ser excessivamente problematizado, mas é necessário QUALQUER próximo passo.
“– Mas e se não for o ‘próximo passo’ correto?”
Tente outro.
Essas tentativas é que lhe darão um MAPA REAL…
E não juntar e acumular teorias tentando entender a ligação entre elas.
Enfim, se existe um “caminho do meio” real e não ideológico…
Poderíamos dizer que é o da tentativa e erro.
ENTENDENDO o próximo passo e FAZENDO o que é preciso pra efetivá-lo, CORRIGINDO a direção se necessário.
Não sei é assim pra qualquer coisa na vida.
Talvez não seja.
Mas garanto que pra aprender piano é.
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