Como medir seu progresso no piano

Não tenho uma forma matemática de medir o aprendizado.

Como já expliquei antes, o amador que divide tudo por “níveis” está numa enrascada.

Pode chegar no final da sua escada de estudos e continuar sem saber nada.

Mais horrível do que isso é medir o progresso por quantidade de músicas que sabe tocar.

Então como diabos podemos medir nosso progresso?

Bem, tenho algumas idéias soltas sobre isso…

Aqui estão:

1) Profissionais são profissionais, amadores são amadores

O que isso significa?

Significa que profissionais devem medir seu progresso pelo padrão da sua área de atuação, ou seja, DEVEM se comparar com terceiros. Isso parece horrível. E é mesmo. Acontece que um profissional que não quer ter apenas carteirinha de profissional deve saber seu lugar entre seus pares. Se não souber, pode até ganhar algum dinheiro, mas é só um esquisitão que levou sorte. Pra ser responsável é imprescindível que ignore aplausos e enfrente a realidade nua e crua de que sua habilidade é inferior a outros músicos (mesmo que tenha público), e precisa decidir o que fazer sobre isso: acomodar-se ou buscar superação?

A visão é totalmente diferente para um amador.

O amador pode e deve se inspirar em terceiros…

Mas APENAS se comparar a si mesmo.

2) O material que você segue

Se você tem algum professor particular, ou estuda por algum outro material (como os cursos e treinamentos que ofereço), analise como está o seu aproveitamento dessas coisas.

Não tente medir seu progresso em relação ao domínio geral de música…

Mas ao domínio do material que estuda.

3) Teoria e prática

Mesmo que você não estude teoria musical separadamente, é praticamente impossível não absorver muito da teoria depois de alguns meses de estudo.

Por exemplo:

Você começa a relacionar figuras rítmicas entre as peças que estuda.

Se captou algo das escalas, reconhece o parentesco dessas peças…

Enfim pela experiência acumulada, você começa a constatar alguns fatos musicais que são a fonte da teoria.

Isso é um evidente sinal de progresso.

Difícil de medir, mas pode ter certeza que essa captação será o motor pra estudar teoria com mais atenção.

4) A dificuldade geral das peças

Isso vale tanto pra quem estuda partitura quanto pra quem segue qualquer método que seja.

(mesmo que seja um método tirado da própria cabeça)

As peças musicais têm evoluído em dificuldade?

Variação das figuras rítmicas…

Quantidade de notas…

Posição das notas em relação as outras…

Quantidade de coisas anotadas na própria partitura…

Enfim, tocar 200 músicas muito parecidas não é um sinal de progresso…

Mas a variação e o acúmulo de desafios vencidos já forma uma espécie de medida.

5) Mudança de perspectiva

Mesmo depois de anos no piano você ainda luta com as notas e pra acertar as teclas?

Mau sinal.

Com o passar do tempo, é necessário que ocorra uma mudança de perspectiva.

Você se preocupa menos com aspectos elementares da música como notas, ritmo, etc…

(o que não significa que essas coisas não sejam bem executadas)

E começa a prestar mais atenção na vida musical da peça…

Em dar identidade para o som.

6) Revisão da jornada

Frequentemente quem se pergunta “– Será que estou progredindo?” é porque perdeu o fio da meada.

Volte para as primeiras peças que você tocava e perceba como estão fáceis…

Como você as entende melhor agora do que antes.

Na verdade, nem precisa voltar para as primeiras.

Volte alguns poucos meses…

Aquelas peças que você demorou 3 semanas pra ter alguma noção de como funcionava agora vêm à tona em 2 ou 3 dias de estudo.

Pra mim não existe melhor medida de progresso do que isso.

Sempre revise sua jornada.

Serve como uma injeção de ânimo.

(Nota: Se você é um estudante intermediário de piano e sente que está empacado no aprendizado, faça seu cadastro pra receber o conteúdo Como Criar Exercícios Para Piano! Cadastre-se aqui.)

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