Como eu prefiro que meus alunos aprendam piano

Porque eu expliquei que “aprender piano” envolve três universos diferentes “Piano, Música, e Você”, alguns engraçadinhos (com nomes falsos) quiseram mostrar que eu estava errado porque 1) “música e piano são a mesma coisa” ou 2) “quem se dedica com disciplina aprende sem colocar nenhum conhecimento de si mesmo e do que deseja na equação” (de fato é isso que o “você” significa na fórmula).

Quanto à objeção 1, deixemos pra lá.

Trata-se apenas de chatice.

Vamos ser práticos e resolver a objeção 2:

Não existem revoluções pedagógicas para piano.

Pegue qualquer método escrito para piano e vá estudar…

E pronto, seu problema está resolvido.

Não tenho preconceitos.

Pode ser qualquer método.

Dos muito consolidados (Clementi, Czerny, Isidor Philippe etc), até aqueles métodos por correspondência dos anos 70 e 80, ou os de banca de jornal dos anos 90, ou qualquer um mais atual daqueles cujo principal valor divulgado é ensinar rápido ou brincando. Pode pegar qualquer pdf na internet ou comprar em lojas especializadas.

Coloque muita disciplina e dedicação.

Se conseguir fazer isso, sabe o que isso significa?

Que você já SABE o que quer, que SABE o que fazer para lidar com as dificuldades.

Agora, e se você for uma pessoa normal em que as dúvidas que surgem no caminho são variadas e principalmente com intensidades diferentes, algumas delas tão intensas que nos paralisaram ou fazem desistir, então precisa do jeito que eu prefiro que meus alunos aprendam: que misturem o desenvolver dos dedos e do ouvido diretamente no piano, junto com o conhecimento musical mais teórico e estático, regulados com as pequenas missões que você precisa QUERER cumprir.

Nesse jogo de universos diferentes que querem sugar toda a atenção do aluno, é que está a pedagogia REAL.

Aquela que não é simplesmente “dedicação e disciplina”.

Imagine colocar dedicação e disciplina somente pra decorar um livro de teoria musical.

Ou dedicação e disciplina pra copiar tutoriais de piano.

Ou dedicação e disciplina pra criar a planilha perfeita de plano de estudos…

Nada disso vai ensinar piano.

No primeiro caso, formará um teórico.

No segundo, um viciado em tutoriais.

E, no terceiro, um compulsivo fazedor de planos que jamais são colocados em prática.

Faça assim:

Coloque a mão na massa.

Primeiro com mãos separadas.

Se for um iniciante, vai precisar de um jeito pra lidar com o descontrole dos dedos.

Se for intermediário/avançado, precisa ter certeza de dar beleza musical para o trecho.

Desse problema prático que o PIANO proporcionou, você pode QUERER encontrar os aspectos MUSICAIS e técnicos que ajudam a resolver o problema.

O iniciante precisará de um tipo de solução.

O intermediário/avançado de outro tipo.

Só assim, nesse jogo de “Piano, Música, e Você” é possível avançar com segurança.

Tornar-se alguém que não quer apenas agradar um professor…

Ou somente enganar os outros que toca piano.

Mas quer REALMENTE tocar.

Percebem como isso é diferente de simplesmente “VENHA AQUI QUE EU TENHO UM MÉTODO PRA VOCÊ APRENDER PIANO BRINCANDO”

Eu não quero que meus alunos aprendam brincando.

Quero que eles aprendam de verdade.

Então, quem aprende comigo tem variadas missões práticas pra resolver por meio de princípios musicais.

Essa é a parte do “Piano, Música”.

A parte do “Você” é querer cumprir cada missão.

(Nota: Totalmente iniciante no piano ou teclado? Então conheça o Minicurso de Piano Para Iniciantes. Cadastre-se aqui.)

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