Existe um velho adágio didático que diz:
“Se você comete erros ao estudar, vai cometer os mesmos erros na apresentação”
E “apresentação” aqui não quer dizer apresentação pública.
Quer dizer apenas fora do modo de estudo.
Seja uma apresentação para o espelho ou no teatro municipal.
E ao ler “erros ao estudar” quase todos pensaram em errar as teclas. Em esbarrões ou literalmente atacar a tecla errada. Isso é assim porque a maioria das pessoas que lê estes meus textos são iniciantes. E controlar os dedos pra acertar a tecla certa é uma das lutas diárias deles.
Mas os intermediários também pensaram a mesma coisa.
Simplesmente porque 93,443% dos “intermediários” por aqui nunca se submeteram a um professor.
Só foram aprendendo uma música por cima da outra…
Sem muito critério de correção.
Então o problema de precisão no ataque permaneceu.
Agora, fora esse problema óbvio, existem muitos outros.
Piano é uma arte tão complexa que algo errado em determinado momento pode ser o certo em outro…
E vice-versa.
No fundo, é difícil definir um “erro” genericamente e que tenha algum significado prático tanto para iniciantes quanto para o níveis mais avançados.
Então, você deve fazer o seguinte:
Aproveite que a tecnologia é abundante e grave-se. Com uma câmera de mão, com um celular, com um notebook, com um tablet, não importa. Não grave simplesmente o áudio, mas o vídeo também. A primeira coisa que vai acontecer é a já muitas vezes citada por aqui “síndrome do REC”.
Você pensava que sabia tocar a música.
Mas quando começou a gravação, quase caiu da cadeira.
Isso é normal.
Assim quem sabe você aprende a lidar com o Auftakt:
Começa a pensar no início da peça e em como ela vai acontecer, antes de começar a tocar.
Ok.
Isso é um problema.
Aí você começa a esbarrar nas teclas ou tocar as erradas.
É sempre no mesmo ponto?
Ou é intermitente?
Então quem sabe você volta para o estudo com mãos separadas…
Só isolando os trechos problemáticos.
Ok.
E o ritmo?
E o andamento?
Estão variando ou estáveis?
Aposto que muitos outros problemas vão aparecer.
Problemas que você nem sabia que tinha.
Dedinho do café…
Falta de sincronia…
Ritmo que afeta demais a articulação…
Enfim, as possibilidades são muitas.
Claro que não faz sentido tentar resolver tudo de uma vez e colocar uma carga de ansiedade desnecessária e até prejudicial nesse trabalho. Meus alunos devem entender o objetivo próprio de cada lição e ficar atentos se aquele objetivo está sendo cumprido ao estudar. Não há necessidade de procurar pêlo em ovo, mas de seguir o caminho didático que tracei.
Quem precisar seguir um caminho didático…
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