Até que ponto dá pra desenvolver o dedo 4

Quem não é tão iniciante assim sabe que, pra nós, os dedos têm números.

O dedo 4 é o anelar, único vizinho do mindinho (que é o dedo 5).

Ele é aquele tipo de problema que todo mundo vai achar que acontece só consigo, sabe?

“– Ah Felipe, minha mão esquerda é horrível…”

“– Felipe do céu, não consigo memorizar as músicas…”

“– Prof. Felipe, ler clave de Sol até vai, agora, clave de Fá!”

Então, o dedo 4 é a mesma treta.

A outra boa notícia (ao lado de saber que o anelar de todo mundo é travado) é o fato de que ele nunca vai chegar a ser tão flexível quanto os outros dedos.

Eu sei que essa não parece uma boa notícia.

Mas é…

Porque evita que você o force até ao ponto de se machucar.

Desenvolvê-lo, fortalecê-lo é possível.

A questão é que ele nunca vai ser igual aos outros.

Inclusive, ele é o dedo mais dependente:

Muitas vezes só conseguimos movimentá-lo movimentando um pouquinho o mindinho.

Claro que você não pode, ao levantar o dedo 4, levantar o 5 como se fosse uma antena.

É tudo comedido e controlado.

Mas o movimento conjunto acontece.

Agora, o desfecho da história que você tem de evitar é:

“Já que ele é mais fraco, vou evitar usá-lo”

Não caia nessa de jeito nenhum.

Não tem coisa pior do que usar só os dedos 1, 2 e 3 — que são os mais fortinhos.

Além de limitar suas possibilidades de execução, você vai tocar da maneira mais feia que existe, vai se converter ao modo pé-de-galinha de tocar.

E tem mais, até certo ponto, todos os dedos estão conectados uns aos outros, uns mais, outros menos, mas, em última análise, todos estão ligados. Isso quer dizer que, se você inventa de deixar o dedo 4 de lado, os outros não vão se desenvolver até onde podem. Você vai deixar uma parte da mão meio morta, e isso afeta a mão inteira.

Então…

Paciência com ele e dedos à obra!

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