Arpejo não é realmente arpejo

É tempo de publicar pra vocês alguns comentários interessantes feitos no Youtube:

1) “felipe existe um nome da tecnica que vc cruza os braços em X no piano?”

Eu não uso nenhum nome específico, não.

Digo apenas passar um braço por cima do outro…

Ou cruzar um braço por cima do outro, etc.

2) “Quando executo escalas não estou automaticamente arpejando?”

Essa é uma boa oportunidade de esclarecimento:

Na verdade, quando quase todo mundo, incluindo eu, diz “arpejo”, não é realmente de um “arpejo” que estamos falando.

O nome usado deveria ser “acorde quebrado”.

O verdadeiro arpejo pressupõe um efeito de harpa, que maioria das vezes não é a intenção de quem está executando um acorde quebrado. Esse efeito de harpa é o de tocar notas distantes uma em seguida da outra, muito rapidamente, dando um resultado de VRUM (na falta de palavra melhor pra indicar o efeito). A harpa faz isso com muita frequência devido à distribuição das suas cordas e esse efeito é muito característico dela.

Então, não, você não estará arpejando quando executar escalas.

E antes que alguém pergunte:

Sim, pode continuar chamando “acorde quebrado” de “arpejo”…

Pelo menos, eu vou continuar.

3) “o senhor recomenda passagem de polegar em arpejo ? Ou devemos fazer apenas um salto ?”

Vocês já viram a analogia que faço entre a diferença de andar e correr, pra explicar a diferença do movimento pra tocar piano com velocidade? Então, quando os arpejos são muito rápidos, a gente não tem tempo de passar o dedo. É preciso simular uma passagem, isto é, não acentuar o dedo que toca a primeira nota depois do salto.

4) “Eu tenho a síndrome do rec”

Constatação importantíssima.

Agora é só começar o tratamento…

Ou seja, estudar corretamente.

5) “Tem alguma técnica para tocar realmente lendo a partitura e não decorando ?”

Temos uma confusão aqui.

Isso não tem nada a ver com técnica.

O problema real não é conseguir tocar sem decorar. O problema provável é que sua leitura está lenta demais, por alguma deficiência no estudo de partituras, e quando memoriza uma peça e consegue tocá-la com fluidez, a leitura fica pra trás. Portanto o negócio aí é trabalhar a leitura fluente da maneira que ensino no meu curso de partituras, com ênfase nos três pilares da leitura e execução. Não tem nada a ver com técnica, nem truque, nem macete. Mas com formação e solidificação de habilidades.

Quem sabe no ano que vem haverá novas vagas.

6) ” em um acorde de do maior por exemplo. como destacar uma das notas deste acorde?”

O primeiro sinal de que você pode fazer isso, é quando conseguir não destacar NENHUMA nota.

Isso evidencia que está controlando o que precisa.

Depois disso, você precisa aprender a coordenar o ataque aos acordes com um dedo atacando mais forte que os outros. Pra isso comece buscando essa diferença apenas com duas notas e puxe a nota que quer destacar na direção da palma da sua mão.

Comece por aí.

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