Alterando o ritmo a seu bel-prazer

Já falei muitas vezes:

Qualquer coisa pode virar um vício ao tocar piano.

Alguns vícios são mais favoráveis…

Outros menos…

Outros prejudiciais.

Um dos mais prejudiciais é o de ficar alterando a divisão rítmica ao próprio gosto.

Por isso em algum ponto do estudo é preciso treinar a habilidade de contar os tempos e de seguir a divisão feita por um metrônomo. Algumas pessoas têm mais facilidade, outras têm mais dificuldade com esse estudo de divisão rítmica, mas isso não importa. Com dificuldade ou sem ela, o trabalho precisa ser feito.

Em muitos casos, quando o aluno me diz:

“– Felipe, não-nasci-pra-tocar-piano, não-tenho-dom, tento tocar tal música, mas não fica parecido!”

E quando vejo, as notas estão certas, mas a divisão rítmica está uma bagunça.

Normalmente a coisa chega nesse ponto de degradação por um desleixo.

O estudante vai aos poucos alterando a duração das notas…

Sabe, ele começa com a maconha de alterar uma duração aqui outra ali…

Só uma vez por semana…

Depois duas ou três vezes…

Depois todos os dias e todas as músicas…

E logo está na cracolândia, quando a música não se parece em nada com o que deveria.

Isso é especialmente sério na música polifônica.

Especialmente sério em quem estuda apenas acompanhamento…

Porque alterar a divisão rítmica sem controlar direito o que está fazendo, é um passo anterior pra perder o controle rítmico e, perder o controle rítmico de um acompanhamento, é deixar de fazer o acompanhamento e destruir com o resultado musical.

E também é sério em quem estuda uma melodia acompanhada.

(Expliquei sobre a “tensão do silêncio” algumas semanas atrás)

Resumo do sermão:

Antes de arrancar os cabelos porque a música não parece boa…

Dê atenção a divisão rítmica.

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