É verdade.
Sou um psicopata.
Estudar piano não deixa outra alternativa.
Pra falar a verdade, acabei de descobrir isso, pois li no dicionário que psicopata é “quem sofre de desequilíbrio patológico no controle das emoções e dos impulsos, que corresponde frequentemente a um comportamento antissocial”. Veja bem, a definição não inclui nada como torturar e matar pessoas, então me pareceu perfeitamente adequada para os estudantes de piano, em especial os autodidatas.
Principalmente pela parte “corresponde frequentemente a um comportamento antissocial”.
Principalmente se “comportamento antissocial” for interpretado como “desejo de se isolar”.
Primeiro porque estudar piano é uma atividade solitária.
Nada de errado nisso.
Não é uma coisa divertida para outras pessoas escutar alguém estudando.
O próprio estudante precisa se isolar pra evitar distrações.
A coisa começa a ficar mais “patológica” por outro motivo.
Pode ser a ansiedade de avançar e aprender, pode ser a ilusão de fazer de qualquer jeito e rapidinho conquistar algo, pode ser uma mistura dessas coisas ou qualquer outro motivo, mas o autodidata começa a isolar-se mais e mais, pois tem a impressão de que as pessoas ao seu redor não percebem o quanto ele está se desenvolvendo.
E de fato ele pode NÃO estar se desenvolvendo.
Pode ser apenas sua imaginação o enganando.
Ele nem percebe que fica variando o andamento a toda hora.
Ou que o ritmo está totalmente ininteligível.
O fato de ele saber qual é o resultado final, faz sua imaginação limpar sua execução.
Esse é um fenômeno bem conhecido dos músicos.
Por isso precisamos ser um tipo especial de psicopatas.
Nada de ser o psicopata musical que quer matar pessoas que não o compreendem.
O tipo ideal de músico psicopata BUSCA opiniões de terceiros.
Com a tecnologia acessível dos últimos anos, até a auto-gravação serve.
Eu sei que isso exige um grande esforço.
Mas afundar-se ainda mais no isolamento musical não é a solução.
(e olha que estou considerando apenas o ponto de vista do desenvolvimento e aprendizado)
Claro que até a auto-gravação supõe que o estudante saiba o que está fazendo.
É preciso não apenas fazer o diagnóstico, mas aplicar a solução.
Pra isso, inscreva-se no “O Pianista Aprendiz” aqui: